Em 09 de agosto de 1966, também uma terça-feira há 50 anos, o Fluminense fazia sua preparação para uma partida diante do Bonsucesso, a centésima entre os dois clubes. A curiosidade está no local do jogo: o finado estádio de General Severiano, pertencente ao Botafogo. Há meio século, a preocupação com as despesas e prejuízos de uma partida de pouco público já era uma tônica dos dirigentes, levando-se em conta que naquele tempo a bilheteria era a única receita dos clubes de futebol para a manutenção de suas equipes.
Depois de ganhar o título carioca em 1964, o Flu experimentaria uma transição de cinco anos sem títulos até uma grande época, que durou de 1969 a 1976, com o Tricolor obtendo várias conquistas. Alguns dos jogadores que viveriam o período de glórias a seguir já estavam nas Laranjeiras, casos de Jorge Vitório, Silveira, Oliveira, Lula, Samarone, o eterno Rei Zulu Denílson e ainda com a fera Altair. Mário era Mário Tilico, pai do jogador homônimo que também defendeu o Fluminense em 1994.
Longe do sonhado CT e dos luxuosos hotéis, o Fluminense fazia sua concentração na Rua das Laranjeiras. Já o coletivo era no tradicional horário das cinco da tarde, que posteriormente seria o mesmo dos grandes jogos do Maracanã. Mas convenhamos: um treino orientado por ninguém menos do que Tim era outra coisa.
Outros tempos: no mesmo noticiário, o presidente tricolor Luís Murgel queria a queda de toda a cúpula da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e sua comissão técnica. Só as letras mudaram: agora é CBF.
E a Federação Carioca de Futebol, antecipando os horários das partidas a pedido dos clubes?
No entanto, uma prática corriqueira no futebol brasileiro: aumento do preço de ingressos em 50% para o jogo contra o Bonsucesso…
Na quinta-feira, dia 11, o Flu venceria o Bonsucesso por 1 a 0, gol de Lula.
Reprodução do Jornal do Brasil, sem finalidade lucrativa.
Panorama Tricolor
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