Hoje, por hoje, tudo é Fla x Flu.
De certa forma, a idade melhora algumas coisas. Por exemplo, nunca estive tão tranquilo numa decisão. Você olha para trás, vê tudo que passou e aquela emoção bate no peito, mas de maneira tranquila. Serena.
Longe de qualquer empáfia mas com muita confiança. O Flu tem todas as condições de conquistar o bicampeonato carioca, mesmo com os dirigentes fazendo tudo para atrapalhar, vide essa contratação sem vergonha de Thiago Santos, que só encontra amparo na opinião de marionetes puxa sacos e picocelebridades, feito os terraplanistas que viram Marrony voar.
Fica de lado a negociação bizarra, porque hoje tudo é Fla x Flu.
Eles têm jogadores mais caros, tiveram tempo de treino mas vêm de péssima fase. Nós temos alguns ótimos jogadores e viemos de ascensão antes dessa pausa de 15 dias.
Ninguém vai dizer isso, mas o favorito é o Fluminense. Favorito pelo momento, favorito pelo que tem feito com o rival e favorito na história. Isso quer dizer algo relevante? Só se o jogo confirmar a teoria. Agora, e é bom que se diga, a única final menos difícil que o Fluminense teve com o Flamengo foi justamente no ano passado, quando venceu com autoridade o primeiro jogo e teve tranquilidade no segundo. Em todas as outras, foi preciso lutar e lutar muito.
Há quarenta anos hoje, a gente nem imaginava que logo surgiria em nossa pele o Casal 20, nem aquele timaço dos anos 1980. Depois de amanhã, o Flu campeão de 2005 celebra a conquista da Taça Rio depois de 4 a 1 sobre o grande rival. As histórias passam breve mas permanecem no imaginário.
Quem será o herói de logo mais? Se tiver, à noite saberemos. Se pudesse escolher, eu ia de John Kennedy com dois golaços no segundo tempo, dando final feliz a uma história pessoal que parecia desastrosa. Já pensou? Mas tem muita gente boa em campo e tudo pode acontecer. À beira do campo, o Flu é bem melhor quando Diniz não inventa.
Um bom presságio tricolor: hoje é o aniversário de Washington Coração Valente.
Piadas e rivalidades à parte, todos sabemos que com o Flamengo não se brinca em campo. E ninguém melhor do que eles para atestar o mesmo sobre o Fluminense. Aí estão os (bons) livros que não deixam mentir. Um clássico que dá sentido à vida de seus torcedores e de quem gosta de futebol.
Muitas vezes escrevi que o Flamengo e o Fluminense parecem o leão e o tigre numa calçada de Nova York, como escreveu Tom Wolfe e Jack Kerouac registrou a lembrança num de seus grandes livros.
O leão e o tigre numa calçada.
Duas feras.
Eu confio na minha.
O que tiver de ser, será.