O Fluminense jogou o suficiente para vencer o Goiás na Serrinha, mas está nítida uma leve queda no rendimento do time, desde o jogo contra o Ceará. Após a chegada de Diniz, houve um ápice físico devido aos treinamentos direcionados aplicados pelo treinador, mas, em contrapartida, a rotina de jogos seguidos e o estilo ofensivo adotado foi minando a equipe titular e a queda física reflete diretamente no desempenho coletivo. A forma de jogar adotada por Diniz, baseada em movimentação constante nas fases e transições do jogo, exige mais fisicamente e passou da hora de oxigenar o time titular com outras opções e com o uso racional da base.
Na etapa inicial, o Fluminense sofreu com as linhas de quatro cerradas do 4-4-2 orquestrado por Jair Ventura. O Goiás fez o que dele se esperava, ou seja, se fechou e atraiu o Tricolor para ganhar campo e reagir em velocidade. Mas o time goiano não foi só reação, muito pelo contrário, por alguns momentos impôs suas linhas mais altas e abafou o Flu. A jogada era trabalhar a pelota no campo de ataque para acionar Pedro Raul, visto que a bola aérea defensiva é um dos problemas que Fernando Diniz precisa resolver. Abaixo o campo tático da etapa inicial. Faltou a intensidade costumeira em torno da posse, mas o Tricolor nunca abriu mão de ser dominante.
Na etapa final, Diniz fez mudanças justamente pensando em promover a intensidade e qualificar o passe. Entraram Felipe Melo, Martinelli e Nathan nas vagas de Manoel, Nonato e Matheus Martins. Fernando assumiu os riscos e o time voltou com as linhas bem altas para buscar a vitória. A melhora do desempenho passou pelo retorno da intensidade, principalmente quando o time tinha o controle da bola. Com mais movimentação e outro posicionamento, o Flu conseguiu ser mais envolvente e agudo, porém deu ainda mais espaços para o Goiás escapar. Ganso buscou a lateral de campo para atrair a marcação e distribuir o jogo. Nathan foi muito bem ao percorrer em torno da posse, buscando atacar o espaço e ajudar Árias entre as linhas do adversário.
O time continua mantendo sua série de invencibilidade e se colocou na disputa pela ponta da tabela junto aos elencos mais fortes do país. Para um trabalho que iniciou com a temporada em curso e diante de um bom elenco, mas desequilibrado, Diniz vai muito bem na imposição competitiva de seu estilo. A preocupação agora é a parte física, afinal a sistematização cobrada e treinada pelo comandante exige intensidade e aplicação física constante. Chegou a hora de promover bons talentos da base e utilizar mais o banco. No mais, Fernando segue modelando seus preceitos às exigências do futebol moderno. Às vezes, como diante do Goiás, temos alguns surtos do Diniz extremista, mas nada que vá além da fome de vencer. Salve o Tricolor!