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Penso que ainda é cedo para se pôr em discussão um projeto que, até bem pouco tempo, vinha encantando torcedores e boa parte da mídia esportiva.
É certo, no entanto, que o rendimento já não é o mesmo do início, mas é preciso considerar a perda do melhor jogador da equipe, aquele que criava alternativas e decidia jogos, e se encaixava perfeitamente nos planos de Diniz. Luiz Henrique se foi e não deixou substituto. Nonato, mais recentemente, parece que também não deixará.
Num elenco tão enxuto como o nosso, são perdas consideráveis. Para que o “projeto” Diniz funcione é preciso peças que se adequem ao seu estilo de jogo, e, principalmente, que sejam peças de qualidade. Estávamos no limite, já não estamos mais, descemos alguns degraus.
E ainda há Ganso que, quando não está num bom dia, ou mesmo num dia razoável, desmonta o meio Tricolor no que se refere à criação. John Arias, sobrecarregado, não é um Super-Homem, embora esteja próximo disso, sacrificado que está, ao extremo.
Há, portanto, circunstâncias que afetam diretamente o desempenho do time e o esquema planejado por Diniz. Mas não é só isso.
Na entrevista coletiva, após a partida contra o Athlético/PR, ao analisar a atuação da equipe, Diniz simplesmente afirmou que faltou acelerar mais no primeiro tempo, inclusive, numa breve comparação com o jogo contra o Inter, disse que naquela partida, sim, o time jogou mal, os dois tempos. Na época, não afirmara isso, pelo menos não tão claramente.
Ao que parece, Diniz tem certa dificuldade em admitir um mau desempenho, ao usar eufemismos como “acelerar mais”. E não é só isso, tem insistido em demasia na utilização de jogadores que, já se viu, não rendem. Por outro lado, Michel Araújo, em cinco minutos, foi essencial na vitória sobre o Coritiba, mas errou feio contra o Corinthians. Foi castigado e sequer foi cogitado contra o Athletico.
São dicotomias que ele precisa corrigir, e, também, aceitar que o seu projeto não é perfeito, muito ao contrário, como temos visto. Novos jogadores, não terá, então precisa achar rapidamente, dentro do elenco, opções que sejam as mais adequadas à sua estratégia de jogo. Até agora, suas escolhas não têm sido felizes. Se não achar outras, rapidamente, já que a decisão contra o Corinthians se avizinha, aí, sim, o Dinizismo poderá ser posto em xeque, para a felicidade geral de seus detratores.