Hoje, dia de 23 de setembro de 2015, é celebrado o Dia do Perdão, uma das datas mais importantes para o povo judeu. Por seguir o calendário judaico, o feriado não acontece no mesmo dia para quem segue o convencional (gregoriano).

O Yom Kipur – seu nome original, em hebraico – finda um período de muita oração e privação, com o objetivo final de se obter o retorno do bem, o perdão de Deus. Para isso pede-se, previamente, o perdão daqueles que foram ofendidos pela pessoa.

Coincidência ou não, enfrentaremos hoje o Grêmio, pela Copa do Brasil no Maracanã. Um time marcado por cinco dos sete pecados capitais: a avareza, a ira, a soberba, a vaidade e a preguiça. Uma torcida ofendida, triste, mas, por menos que pareça, ainda esperançosa.

É praticamente consenso que precisamos nos espelhar nas atitudes de 2009, porém o jogo de hoje pode muito bem ser o pedido de perdão do Fluminense (ou daqueles que o representam) para os torcedores tricolores. Se os pecados se tornarem simplicidade, serenidade, espírito de grupo, humildade e vontade, a graça provavelmente será concedida.

Se aqueles que vestem a camisa tricolor resolverem jogar para vencer, receberão todo o apoio da arquibancada. Afinal, nenhum tricolor quer ver o pior acontecer e, caso as manifestações dos jogadores nas redes sociais tenham sido sinceras, há esperança.

No meio da confusão, tentando realinhar as peças, Eduardo Baptista. Pelo o que foi divulgado extraoficialmente, não foi a primeira opção para o cargo – assim como não seria a minha –, mas eu gostei bastante do seu discurso. Ficou claro que ele quer trabalhar certo e que acredita no Fluminense. Por vezes, relembrou que chegamos ao segundo lugar da tabela e também a fama de time de guerreiros.

Antes do seu segundo desafio à frente do Flu, nosso técnico treinou com Ronaldinho Gaúcho entre os reservas, apesar de mostrar intenção de aproveitá-lo, e deixou Jean de fora, em recuperação. Assim, o provável time que entrará em campo será: Cavalieri, Wellington Silva, Gum, Marlon e Léo; Pierre, Cícero, Gustavo Scarpa e Gerson; Marcos Júnior e Fred.

O único problema foi que o nosso lateral direito deixou o treino sentindo um problema muscular. Em seu lugar, foi testado o Higor Leite. Talvez em uma tentativa, se necessário, de aproveitar o habilidoso garoto, assim como foi feito anteriormente com o Scarpa. Antes isso que apostar na inoperância do Renato.

Ainda que seja por outra competição, o jogo de hoje é o termômetro do que podemos esperar para o resto do ano. E como, para muitos de nós, futebol se confunde com religião, espero que hoje seja o dia do perdão tricolor.

Mas fica o aviso: se o caminho escolhido for o de seguir na inércia, o perdão será uma coisa bem distante…

ST!

Nos acréscimos

Meu objetivo nesta coluna não foi diminuir qualquer aspecto do judaísmo, mas sim apenas usar a celebração religiosa do perdão como incentivo para o perdão relacionado à paixão da torcida pelo seu time de futebol. Sou católico, mas estou inserido em uma família judia e tenho total respeito pelos seus valores.

Panorama Tricolor

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Imagem: ArtFlu