O desafio de Muriel (por Paulo Rocha)

A diretoria do Fluminense pegou a torcida de surpresa ao anunciar a contratação de Muriel. Que precisávamos de alguém para a posição era nítido, mesmo antes da suspensão de Rodolfo. Goleiro é uma peça fundamental para qualquer equipe que aspira sonhos de conquista.

Confesso que nem lembrava direito de Muriel. Recordo-me dos tempos do Internacional, onde ele se destacou até perder a posição para Alisson, seu irmão caçula, hoje campeão da Champions League pelo Liverpool e da Copa América pela Seleção Brasileira.

De Portugal, onde disputou a temporada europeia pelo Belenenses, vêm os maiores elogios à forma atual de Muriel. Ganhou até prêmio, superando Iker Casillas, então no Porto. Optou por voltar ao Brasil, segundo ele mesmo, em razão da grandeza do Fluminense. Portanto, desde já merece um crédito de confiança.

Como outro dia escreveu meu amigo Paulo-Roberto Andel numa de suas imperdíveis colunas neste Panorama Tricolor, uma maldição iniciada nos anos 1980, com a saída de Paulo Victor, assola até hoje o gol tricolor. Desde então, nenhum outro arqueiro conseguiu conquistar o coração da torcida tricolor – breve exceção a Diego Cavalieri no vitorioso ano de 2012.

Num clube onde o maior ídolo é um goleiro, Carlos Castilho – cujo busto em bronze orna a entrada da sede das Laranjeiras -, não se pode admitir que o ocupante da posição seja um cara qualquer. Tem que fazer diferente, brilhar, fazer a arquibancada gritar o seu nome a plenos pulmões. É isso que esperamos de você, Muriel. Boa sorte.

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Não posso deixar de elogiar a postura do presidente do Fluminense no caso de assédio explícito do Flamengo a Pedro. Pagar os meses de salário devidos ao atacante, medida tão criticada pela mídia, se mostrou uma estratégia adequada e impediu que perdêssemos o jogador. Acabou a moleza, urubu. Vai chafurdar em outro lugar.

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