Tricolores de sangue grená, como nosso eterno artilheiro Fred já dizia nos idos de 2015, o Carioca tem que acabar. Sempre que entramos em uma fase decisiva da competição, o stress é certo. Eu só vou tecer comentários curtos sobre a marmelada deste meio de semana, para poupá-los (e me poupar também) de mais irritação. Não foi falta de Matheus Ferraz no gol legítimo de Léo Santos. O jogador dos mulambos é quem toca a bola em profundidade no lance do gol deles, lá na origem da jogada, e o jogador que recebeu a bola estava impedido. Bruno Henrique foi bem expulso. Quem rasgou a meia de Ganso nem tomou amarelo no lance. Foi muito pênalti em cima de Everaldo, e dessa vez o soprador de apito não ignorou o VAR. No fim da partida, Léo Santos deu mole e chegou com vontade demais em cima do mulambento, que claramente se jogou. Todavia, como fez a carga, assumiu o risco. O placar moral desse jogo seria 2 a 1 Fluminense, mas sabemos que não existe essa de “moral” com a FFERJ. Mais uma arbitragem venal para a conta.
Flamengo de Lima Henrique é conhecido por seu favorecimento cristalino ao pessoal da beira da Lagoa. Nos últimos dez anos, ele apitou pelo menos seis jogos entre Fluminense e Flamengo. Destes, vencemos dois, ambos no Campeonato Brasileiro, e nos anos de 2010 e 2012, em que fomos campeões brasileiros. No geral, o time da Gávea tem um aproveitamento digno de Real Madrid com ele em campo. Enquanto continuarmos cedendo à FFERJ e permitindo que esse canalha apite nossos jogos, estamos fadados a passar por essas situações, infelizmente. Sabidamente, ele não é o único que nos prejudica em estaduais. A lista é longa. Mas vetar alguém que claramente beneficia um rival ao longo dos anos já seria um primeiro passo para acabar com essa palhaçada que vem acontecendo regularmente. Se por enquanto não dá para abandonar o estadual e se filiar a outra federação (do Espírito Santo, por exemplo), por conta de contratos de TV e outros bichos, que se faça alguma coisa.
Contudo, não vou aliviar completamente para o time. Jogamos mal boa parte do tempo, muito por conta de não conseguirmos administrar a roubalheira dos minutos iniciais. Os jogadores ficaram pilhados o restante do tempo, arruinando a concentração necessária para a implementação do nosso esquema de jogo. Nosso modo de jogar, com toque de bola de pé em pé, requer atenção e calma. Sem isso, ficamos vulneráveis. Se permitirmos que nossos adversários imponham a catimba, a marra, a violência, e todo o expediente que o Flamengo utilizou, ou seja, o anti-futebol, sempre estaremos em desvantagem. Esta derrota sofrida e roubada nos serve, pelo menos, para entender qual o principal ponto fraco da equipe titular, e trabalhar o lado psicológico dos jogadores para que entendam que certos adversários, quando perceberem que não vão nos superar na bola (como aconteceu na semifinal da Taça Guanabara), utilizar-se-ão de outros expedientes para conseguir seus objetivos.
Os tricolores que me desculpem, mas não vou torcer para o Flamengo vencer a Taça Rio só para que o Fluminense possa disputar a semifinal do Carioca. Ando de saco cheio dessa competição de cartas marcadas. O que tiver que ser, será. O foco agora é na Copa do Brasil. Nosso adversário de quarta é o Luverdense, que superou o Figueirense por 1 a 0 na segunda fase e, anteriormente, havia se classificado com um empate sem gols contra o Corumbaense. Pelo Matogrossense, terá uma semifinal neste domingo contra o Cuiabá, o que pode ser bom para nós, que iremos jogar contra eles sem o desgaste do fim-de-semana. A terceira fase da competição nacional já implementa os jogos de ida e de volta, então conseguir um bom resultado contra eles já nos dará uma tranquilidade para o jogo do Maracanã, que será realizado na outra quarta. Caso não tenhamos que disputar nenhuma competição no fim-de-semana seguinte, se é que me entendem, o time irá para os dois jogos devidamente descansado, e acho que não teremos problemas.
Agora é bola pra frente. Não adianta ficar remoendo a tolice de Léo Santos, a pilha dos jogadores ou a expulsão de Ganso. Isso não vai nos levar a lugar algum. Não podemos utilizar os acontecimentos da última quarta-feira para execrar o trabalho de Fernando Diniz. Ganhar clássicos, principalmente durante o campeonato estadual, é consequência de mil fatores. A bola precisa entrar, a sorte precisa estar do lado certo também. Se a bola de Yony que foi no travessão entrasse, quem sabe teríamos outro resultado? É péssimo ficar perdendo clássicos, mas não podemos ignorar o alto rendimento até aqui, principalmente considerando todas as limitações do elenco, tanto na questão financeira, quanto na reserva técnica mesmo que possuímos. Avançamos na Sula, devemos avançar na Copa do Brasil e o Brasileirão tá chegando aí. Vamos focar no que realmente importa, tentar encher mais o Maracanã enquanto a questão do estádio não se resolve e fazer o nosso papel como torcedores. Esse time merece crédito.
Curtas:
– Precisamos arrumar um time pro Marlon jogar. Não dá pra ficar contando com ele no elenco. Corre-se o risco sempre de ele precisar entrar em campo.
– Diniz precisa utilizar o tempo disponível para treinar o posicionamento do time como um todo, não apenas dos titulares, mas também dos reservas, até para que eles possam adquirir mais entrosamento. Os jogadores que chegaram ao time recentemente batem cabeça às vezes, e como dois deles são zagueiros, torna-se preocupante esse cenário.
– Agenor esteve bem quando exigido no jogo de domingo passado. Queimou minha língua. Ainda bem.
Panorama Tricolor
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#credibilidade
Meu caro Aloísio, discordo de parte dos seus comentários. O Flu perdeu porque inexplicavelmente se acovardou, jogando 11 contra 10. Não consegui entender a razão. Eu vi várias vezes o lance do nosso gol anulado e vi claramente a falta do Mateus Ferraz. Nesse caso específico, o MLH (ou FLH se vc prefere) acertou. Pode até ser que o MLH não marcasse a falta se ela houvesse sido cometida pelo Fla, mas eu não mudo a minha opinião porque o cabeça de alface do Paulo Cesar de Oliveira diz que não foi…
Quero ser campeão de tudo, inclusive do carioca. Agenor também queimou minha língua e acho que ele deveria receber mais chances.