Sabe aquele momento no qual os seus avós, pais, professores ou até mesmo aquele seu colega mais velho de trabalho diz “ah, antigamente era bem melhor”? Filmes, músicas, roupas, política, educação e modos da sociedade geralmente são os assuntos levantados. E o futebol? O futebol, obviamente, também! Quantas vezes você já ouviu que o romantismo no futebol há muito foi embora? Que não há mais amor à camisa? Que não se faz mais craques como antigamente? Aposto que foram mais do que você consegue contar.
O time que nasceu do outro, o time que nasceu da união de dois, o título que foi devolvido por reconhecimento de erro próprio, o dedo cortado para que fosse possível jogar as finais, a bola chutada na lagoa, o maior do mundo, as pernas tortas, as crônicas do profeta, a mascote que caiu na torcida adversária, o famoso casal, a inesquecível barrigada… Histórias de um tempo que não volta mais. De um campeonato que não volta mais. Cores que pintaram lindamente o torneio que era conhecido como o mais charmoso do Brasil. Era.
Já escrevi algumas boas vezes que o futebol é reflexo da nossa sociedade. Apenas isso já é o bastante para maltratar a nossa paixão. Mas o homem, em sua pior personificação, não se dá por satisfeito. Ele quer fazer mais. Farinha pouca, meu pirão primeiro. E outros que arquem com as consequências. Nesse momento você provavelmente já sabe do que e de quem estou falando. O fim agonizante do Campeonato Carioca nas mãos de uma FFERJ capitaneada por Rubinhos e Euricos.
No último (e primeiro do ano) Programa Panorama Tricolor, meu amigo Marcus Vinícius Caldeira comentou que o último bom Campeonato Carioca foi o de 1995. É, talvez. Mas mesmo antes disso a doença já apresentava seus primeiros sintomas. Agora, à beira do início, temos apenas cinco estádios minimamente aptos para um jogo oficial. Temos um regulamento que prevê multa de 50 mil reais a quem reclamar do campeonato. Temos uma federação agindo contra seus próprios federados, sendo um deles, nosso Fluminense, o grande pai dela e do futebol local.
Como respeitar? Como se deixar ter esperança por uma melhora? Por causa de seus mandatários, os pedidos pelo fim do estadual ganham mais volume a cada ano. Pelo segundo ano seguido, temos apenas três representantes na principal divisão do Campeonato Brasileiro. E não se enganem: a chance de termos apenas dois em 2016 é bem grande.
A triste realidade é que o Campeonato Carioca está morrendo e se assim continuar, levará junto os times para o túmulo. A Young Flu, em uma bela iniciativa, propõe que a torcida vá toda de branco em nosso primeiro jogo. Dada a realidade, eu diria para irmos todos de preto. Tricolores, flamenguistas, botafoguenses, vascaínos (apesar de vocês sabem quem) e todos aqueles que se importam.
O Carioca de outrora deve ser para sempre lembrado e enaltecido. Sua grandiosidade é o que nos deixa melhor perceber a mediocridade do atual.
E eu sigo torcendo pelo melhor, mas esperando pelo pior.
ST!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @Rods_C
Foto: blog.maismemoria.net
#SejaSocioDoFlu
Morreu o Campeonato Mais Charmoso do Brasil.
Que descanse em Paz.
– senhor, não tenho boas notícias a lhe dar.
– conte-me, doutor.
– aquele câncer que combatíamos e que achávamos ter sumido, retornou.
– e agora?
– esperemos o pior. Além do fígado, podemos ver pela posição da FFERJ que já está em metástase e atinge o cérebro.
Rods comenta:
Definhemos…