Tricolores de sangue grená, venho fomentando, desde o seu início, o assunto “Copa do Brasil”. Eu o faço por motivos óbvios: não apenas porque estamos disputando-a, mas porque nela reconheço ser o único caminho plausível para que nosso arremedo de time consiga alcançar algo que possa ser interpretado como “sucesso” este ano. São oito jogos de mata-mata a partir de agora que definirão a nossa sorte. Eis o caminho para a América.
Voltar à Libertadores em 2017, mesmo com todos os “contras” em 2016, pode ser o que nos elevará novamente de patamar. Apesar dos pesares, as contratações de Sornoza e Orejuela, além do Rizotto que pode chegar, são de qualidade e mudam o nosso time de nível. Ainda que tenhamos muitas carências, elenco inchado, com jogadores demais para posições de menos e jogadores ruins demais para certas posições, o próximo presidente certamente preferirá jogar uma Libertadores no primeiro semestre a não jogá-la.
A primeira providência para trilhar esta senda é acreditar que dá. Se os jogadores e a diretoria já estiverem planejando “fazer uma boa campanha e tá ótimo”, todo esse texto é inútil. Como não entregamos o jogo contra o Ypiranga e preferimos a Copa do Brasil à Copa Sul-Americana, resta-me crer que jogaremos para o título. Temos um elenco bastante desequilibrado, com jogadores fracos em algumas posições, mas vários times modestos já faturaram essa competição sem terem esquadrões robustos. No mata-mata, às vezes vence quem está num melhor dia.
Acompanhei ontem o sorteio das chaves e teremos o Corinthians pela frente. Poderíamos ter dado mais “sorte” e conseguido confrontos contra Internacional ou Cruzeiro, que estão em má fase, mas talvez isso tirasse um pouco da pressão dos jogadores e o time relaxasse. Enfrentar o atual líder do Campeonato Brasileiro exigirá atenção total e dedicação máxima, além de um plano muito bem traçado pelo Levir para anular os principais jogadores do time paulista. Já os vencemos esse ano, e o treinador é o Cristóvão Borges, que conhecemos bem, o que mostra que não é impossível passarmos de fase, principalmente porque nosso adversário estará envolvido até o pescoço disputando as primeiras posições do Brasileirão.
Ficou definido que jogaremos a primeira partida no Rio. O diretor de competições da CBF garantiu que a data será postergada (do dia 24 para o dia 31 de agosto) para não prejudicar os clubes do Rio, já que a Olimpíada ainda estará em curso. No contexto atual, é melhor que joguemos mesmo logo em casa, em Edson Passos, com o apoio da torcida, principalmente porque o Brasileirão ainda está no meio e o Corinthians talvez não precise dedicar tanta atenção a ele quanto no final de setembro, que será uma época de definições nessa competição. Todavia, causa-me estranheza que o Fluminense sempre decida os jogos da Copa do Brasil fora de casa. Recentemente, quase todos têm sido assim. É algo a ser, no mínimo, questionado.
A estrada para a glória está devidamente pavimentada. Basta seguirmos o caminho mais linear possível, desviando dos buracos e tendo cuidado nas curvas. Temos a chance única de transformar um ano “baixo astral” em mais uma jornada inesquecível. Tradição e camisa para isso nós temos.
CURTAS:
– Fluminense, por favor, esqueça sua vocação para ressuscitar os mortos e vença o Inter no Beira-Rio. Os caras perderam sete dos últimos nove jogos, não ganham uma partida sequer desde a oitava rodada (que foi em junho!) e estão enfrentando uma crise sem precedentes. Perderam em casa até para o Botafogo. É hora de derrubar o rei colorado.
– Compras acima de R$ 990,00 para ter direito a duas camisas autografadas pelo Diego Cavalieri, diretoria do Fluminense? É assim que se faz marketing? É assim que se agrada e se respeita a torcida, principalmente os papais tricolores? Tá difícil aceitar essas coisas!
– Ontem, dia 2, completaram-se 64 anos do Mundial (Copa Rio) conquistado pelo Fluminense. Primeiro clube do Rio a vencer uma competição desse calibre, de forma invicta, até hoje o Tricolor não teve o reconhecimento merecido por parte dos órgãos competentes. Cabe à diretoria, que parece não dar importância a um título dessa magnitude, seguir os passos do Palmeiras e exigir a valorização cabível pela FIFA.
– Confesso que o investimento no Estádio Giulite Coutinho tem dado frutos, basta acompanhar as vitórias no Campeonato Brasileiro. Mas… e esse negócio de não poder comprar ingresso na hora? E a falta do pó-de-arroz? E os jogos a partir das quartas-de-finais da Copa do Brasil que não poderão ser realizados em Edson Passos (esperamos que o Maracanã já esteja reaberto!)? Tudo isso não foi pensado antes da reforma, caramba? Pelo menos os dois primeiros itens são passíveis de solução. O terceiro é depender da sorte. Acorda, diretoria!
Panorama Tricolor
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