Uma das piores características do nosso Fluminense, nos últimos 29 anos, tem sido na escolha da montagem do elenco. Mesmo com a Unimed, a parte que nos coube, não raro, deixava a desejar em termos de contratação de reforços.

Com a atual gestão nada mudou. No primeiro ano sem os “medalhões” da ex-patrocinadora e um orçamento bem limitado, os erros deveriam ser mínimo; no entanto, têm sido além do aceitável. Ninguém pode contratar João Felipe*, Victor Oliveira, Guilherme Santos*, Lucas Gomes*, sem a certeza que não haja no clube meninos do mesmo nível ou melhores.

Eu entendo a realidade acerca dos empresários; sabemos que, às vezes, para contratar um Marlone – que mesmo mal já tem uma história, uma passagem muito boa num clube, não sendo, portanto, uma aposta cega – o empresário vai “empurrar” mais dos seus jogadores.

Não pode ocorrer, ainda mais, quando esse clube é o Fluminense, com uma base mais ou menos elogiável. Troca ou pagamento de favores a empresários, por vezes, os maiores agiotas dos clubes brasileiros, também não podem ser acertados com contratações dessas!

Outro ponto é: como o Cruzeiro contrata o promissor Arrascaeta (o pouco que vi, gostei demais!), e ele já joga no time principal, mas, no Fluminense, o seu compatriota Olivera não teve chance alguma, com a mesma idade (ambos são de 1994) e características, numa posição que ficamos órfãos com a saída do Conca?

Para dar velocidade ao time, a maior e comprometedora falha do atual Fluminense, são fundamentais ou a presença de jogadores como Gerson, Robert e Olivera na armação e criação, ou a presença de atacantes velozes para servirem de opção à nossa saída de bola.

Dos cinco reforços pretendidos, três já foram anunciados: um lateral esquerdo para substituir o dispensado Guilherme Santos; um volante, que faltava mesmo ao elenco, e um zagueiro para suprimir outras saídas.

Pierre e Antonio Carlos são jogadores conhecidos e até, em forma, titulares na maior parte dos times brasileiros. Breno Lopes é aposta. Cega. Mas como Xerém nos deu Fernando e Ronan, aceitável, se a base para contratá-lo tenha sido algo além do video com seus “melhores” momentos, e não seu empresário.

Com quatro laterais e cinco zagueiros fecha-se o naipe de defensores. A princípio, contaremos com: Wellington Silva e Renato, para a direita; Giovanni e Breno Lopes (Léo Pelé já treina com os profissionais), para a esquerda. Gum, Marlon, Henrique, Antonio Carlos e Victor de Oliveira como zagueiros.

No meio-campo, os volantes parecem já determinados: Pierre, Edson, Jean, Luiz Fernando e Rafinha, que não deveria ser emprestado. Como meias, lá está o uruguaio Olivera relacionado, como na Florida Cup. O jogador, que deveria ter sido testado no Carioca para ganhar chances e confiança antes do Brasileirão, está em Mangaratiba. Espero que em campo logo.

Se conseguir mostrar o futebol que falam que Olivera tem, ele deverá ser titular em breve. O Fluminense precisa de um 10. “Mortos”, Jean e Wagner perdem a vaga no meu time ideal já para a estreia.

E na frente, precisaremos de um atacante veloz. Se Magno Alves vier, sei que mesmo com quase 40 anos (!), o Magnata tem mais técnica na finalização que a maioria dos novos jogadores (“Gol da Alemanha!”), mas não pode ser esse jogador.

Com a perda e os empréstimos de vários atacantes, supomos que serão os dois contratados para o lenta e previsível dianteira tricolor. O Fluminense não pode contar com Lucas Gomes nem contratar “outro” Lucas Gomes. O jogador que vier, mesmo que sob aposta, deverá ter uma história, ter sido destaque em algum time ou campeonato de certo nível.

Não há mais tempo para consertar os erros. Não há mais tempo para novos erros. O Campeonato Brasileiro abre suas portas ao Fluminense que, nos últimos anos, tem angariado antipatias, perseguições, tudo em nome da conquista de mercado que clubes com mais mídia (gestores de imagem), como o Vasco da Gama, por exemplo, lutam para recuperar.

É muito sobrepeso ao seu torcedor ter que lutar também contra os erros que cometem dentro do clube. Erros bobos e desnecessários. O Campeonato Brasileiro está aí! E não há mais tempo para novos erros.

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TOQUES RÁPIDOS
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* Lucas Gomes fará 25 anos nesse mês de maio. Um atacante com essa idade vir de uma situação, clube e campeonato inexpressivo como foi, é de se estranhar muito. E um jogador com essa idade já não pode-se esperar alguma expressiva melhora…

* João Filipe e Guilherme Santos têm 27 anos. Dois jogadores com passagens pífias em seus últimos clubes. Não podem ser apostas nem das cegas.

Victor Olivera, embora novo, precisa ser comparado com o Wellington Carvalho, o rapaz de Xerém, do clube, e qual espaço está lhe sendo retirado.

Giovani também não é novo. Fará 26 anos em junho. Teria sido boa contratação para reserva na lateral. Será nosso titular. Também não foi aposta. Fez um campeonato razoável no Criciúma. Ao menos, foi visto. Igualmente quanto ao Renato, que “já” tem 25 anos.

O custo baixo com benefício baixo são para clubes pequenos ou medianos. É melhor não gastar com cinco, seis jogadores de baixo custo e baixo rendimento, e gastar melhor o pouco que se tem.

Os erros da gestão do futebol do Fluminense estão muito acima da média. Não pode continuar assim. A diretoria ganha nova chance. Nova chance para Fernando Simone e Mário Bittencourt. E enquanto isso, eu sigo orando…

Abraços fraternos,

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @CrysBrunoFlu

Imagem: alingertumblr