Nem Neymar! (por Zeh Augusto Catalano)

NeymarPausa no Campeonato Brasileiro. Nada disso que vimos vai valer de alguma coisa. Uns poucos jogos e pontos, e, quando voltarmos, teremos times e realidades muito diferentes da de antes dessa parada forçada.

O Fluminense vendeu Wellington Nem para a Europa. Nem, que sempre me lembrava dois jogadores que vi jogar e que, em sua época, fizeram sucesso quando jovens e desapareceram mais adiante. Amigos, Nem não chega aos pés de Mauricinho do Vasco ou do seu Paulinho do Flu. É sinal dos tempos que um ciscador, um fricoteiro desses seja guindado a verdadeira estrela do campeonato ou do time campeão. E não sem justiça. Era mesmo destaque. Prova de como estamos mal, prova de como não existem mais pontas que prestem.

O que é Frank Ribéry? O que é Pedro, do Barcelona? Um arremedo de ponta, um sujeito com alguma capacidade de drible e que consegue jogar pelas extremidades do campo, abrindo a defesa. Vi uma declaração de Rummenigge, dirigente do Bayern, dizendo que Ribéry é o jogador mais importante do Bayern atual, e que não teriam ganho nada sem o cara. Sinal dos tempos…

Começa a Copa das Confederações. O que foi Brasil e Japão? Dois minutos de jogo, Neymar acerta a sua única jogada na partida: um chute (lindo por sinal). O jogo acabou ali? Não, porque nossa inoperância, o excesso de marcadores, o medo de Felipão manteve o Japão no jogo. O goleirinho japonês liquidou o time com dois minutos do segundo tempo. E o que fez Neymar? Além das mesmas firulas improdutivas de sempre, fez algo que eu nunca havia visto. O garoto propaganda da chuteira da Nike parou de jogar para cortar uma meia e teve a câmera filmando o seu produto. Mais tarde, com vinte e poucos do segundo tempo, caiu numa bola dividida e, pasmem, mostrou a barra da cueca (outro produto do qual é garoto propaganda). Eu nunca havia visto na vida cueca de jogador de futebol. Eu via a do Neymar. Podem falar que é coincidência. Para mim não é. O foco dele está em outro lugar. Entra em campo para desfilar uma superioridade, uma genialidade que a imprensa esportiva, louca por factoides, ávida por um gênio, o fez acreditar que tem.

Ontem a Espanha moeu o Uruguai, jogando o quanto quis, como quis e quando quis. É um TIME. Não tem um craque em campo. Tem um conjunto treinado. Os caras sabem onde os outros vão estar. Há um esquema, trabalho. Nós estamos anos luz atrás. Posso queimar minha língua e o citado cidadão acabar com os jogos contra o México e a Itália, nossos próximos adversários. Será? Marcelo jogou bem. Oscar também. Vai bastar?

Estou cético…

Zeh Catalano

Panorama Tricolor

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