Alvíssaras, alvíssaras! Finalmente! Com direito a aquele tradicional sufoco. Nem lembrávamos mais da última vitória. Porém, mesmo com os três pontos no bolso, o Fluminense não jogou bem. Alguns momentos de tranquilidade, com a bola no pé e outros distribuindo um caminhão de passes errados. Cavalieri foi o nome do jogo com três defesas milagrosas e sorte ao observar uma bola bater na sua trave. Ofensivamente, o time, mais uma vez, dependeu de jogadas fortuitas. Percebe-se que não há jogadas ensaiadas. Fred, dentro da área, só recebe cruzamentos quando está contra dois ou três adversários.

O Fluminense começou o jogo procurando ter o domínio territorial. Para isso, William ficou o mais próximo possível da dupla de zaga. Diguinho e Jean, em linha, próximos aos três jogadores de frente. Fred se movimentou mais do que em outras partidas anteriores. Sóbis ficou encostava na dupla de armação, dando opção de passe ou abria pelo lado esquerdo. Kenedy revezava entre os lados do campo.

Apensar da pretensa ofensiva o Flu abusou dos passes errados e tornou difícil a aproximação ao gol de Ricardo Berna, proporcionando contra-ataques puxados pelo veloz Maikon Leite. Isso o que desmontou por diversas vezes o bom posicionamento do time no campo adversário. O primeiro tempo terminou com pressão do Náutico e com o Fluminense acuado em sua área, sem opções para ir ao ataque.

O domínio alternado pelos dois times no primeiro tempo, não criou dificuldades a Cavalieri ou a Ricardo Berna. Houve apenas um susto para o goleiro do Náutico quando o zagueiro João Filipe recuou mal e Kenedy quase conseguiu desvia para o gol alvi-rubro.

Luxemburgo fez duas substituições no intervalo: Felipe, no lugar de Jean e Wagner, no de Kenedy. Em vinte minutos o Náutico criou três oportunidades reais. Em duas delas, Cavalieri teve que realizar verdadeiros milagres e a terceira foi na trave. Pode-se pensar que a saída de Jean e a entrada de Felipe tenha facilitado a vida do Náutico, mas isso não aconteceu. O Timbu fez uma alteração tática importante mantendo Maikon Leite e Rogério abertos, avançando o meio-campo e os laterais. Dessa forma chegou ao campo do Fluminense com mais jogadores e dificultou a marcação.

Wagner entrou melhor do que em outras jornadas. Movimentou-se e procurou realizar jogadas menos óbvias. Mas atualmente está muito difícil achar o Fred em campo. A movimentação do centroavante no começo do jogo foi substituída pela costumeira “síndrome de poste”.

Quando parecia que o Fluminense tomaria o gol, aos 25’, Felipe enfiou uma bola para Samuel na entrada da área. O atacante fez o corrupio no marcador, driblou-o, passou por outro e bateu forte. Golaço! E que golaço! Essa foi a única jogada de gol construída pelo Fluminense no jogo.

Fred cansou, Diguinho também – além de estar com cartão amarelo -, Carlinhos guardou posição e Igor Julião se manteve anônimo. Com tantas peças apagadas, o ataque passou a ser exceção. E tome pressão. O Náutico tentou o empate e o Fluminense se defendeu como pôde. Quase toma um gol no final do jogo. Primeiro um chute cruzado que raspou a trave de Cavalieri e depois, no último lance do jogo, o goleiro tricolor fez mais um milagre saindo numa bola na quina da pequena área e fazendo uma estupenda defesa. Ufa, ufa!

Apesar da apreensão da torcida com o Anderson, o zagueiro fez uma partida relativamente tranquila para quem ficou tanto tempo fora. Ante a fase terrível de Gum, acredito que o Luxemburgo o manterá no time titular.

Positivamente, destaco a atuação excepcional de Cavalieri. Não gostei de Rafael Sóbis. Disperso, ficou entregue à marcação. Também não gostei do Kenedy. Corre demais, mas errado. Não é jogador para brigar pela posse de bola, mas para receber bolas mais profundas e partir pra cima última linha de zagueiros. Luxemburgo tem que pensar em preservar o garoto. A sequência de más atuações pode deixá-lo inseguro.

A semana promete. Quarta-feira, pela Copa do Brasil, o Goiás do gordinho Walter. Olho nele! Domingo, no Morumbi, o Fluminense pega a essência da crise: o São Paulo. Um gol desmorona o time paulista.

Vamos torcer.

Mauro Jácome

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Pré-revisão: Rosa Jácome

Foto: www.globoesporte.com

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