Embalos de sábado à noite, frio sem chuva, véspera do Dia dos Pais, quase trinta mil maníacos e quase uma vitória do Flu. Não deu, empatou em 1 x 1 com o Coritiba e não diminuiu a diferença para o Cruzeiro. Aos azuis que reclamem de garfo, sugiro que vejam a patetagem do árbitro no Maracanã – oh, Fluminense que a todos corrompe! – oh, imbecis que não sabem tabuada. Até Gum, velho de guerra, saiu machucado com torção.

Começo mais duro do que o de outros jogos, o Coritiba alternando seu retrancão com a marcação brutal típica de Roth. Então não houve grandes espaços, mas ainda assim deu Flu no primeiro tempo, em boa cabeçada do Elivélton, batendo o goleiro Vanderlei – em grande noite e vestido como se fosse um integrante do Kraftwerk. Flu bem, mas longe dos 91% de passes certos.

O jogo continuou duro na segunda etapa: além de marcar bem, o Coritiba descia o sarrafo e o soprador de apito parecia um boneco de Olinda em campo, sem carnaval. Conca e Cícero entraram na porrada. Estava com cara de 1 x 0, joguinho gostoso, quando o Coxa explodiu o travessão. Cristóvão mexeu mas não deu certo: Chiquinho, tão bem no meio de semana, entrou completamente perdido. O Coritiba empatou num chutaço de Germano, já perto do fim. Cansado, o Fluminense sentiu o golpe.

Nos minutos finais, muito abafa e contra-ataques perigosos, escanteios, emoção. Mesmo sem brilhar, o Flu foi todo dedicação. Ficou abaixo do esperado, é assim mesmo. Um dos dois poderia ter vencido e seria injusto. A torcida cantando muito, em especial a orquestra de pulmões da Young. É justo que o Coritiba dê um presente hoje para o apitador de sábado: ele foi um pai.

Se o gosto do empate foi chocho, a graça ficou na corrida de táxi: o motorista veio me dizer que o Flu pode ter facilitado porque o ponto do Coxa prejudicou o mais sortudo. Depois da conta paga, uma gargalhada inevitável: “Tricolor, uma boa noite, mas não seca o Mengão não”. Longe disso. Não sequei nem o Jackson Vasconcelos…

Panorama Tricolor

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Imagem: pra/ lancenet