No ano de 1987, a música nacional tinha bastante força. Entre festivais e trilhas sonoras de novelas (com vendas elevadíssimas), era muito comum a apresentação musical em grande parte da programação das emissoras. É bom lembrar que não se sonhava ainda com TV por assinatura e nem com MTV. No auge estavam o Xou da Xuxa e o Globo de Ouro, este sim um programa apenas com as bandas e os cantores do momento. Em abril daquele ano estourava o sucesso “Qualquer Jeito”, da cantora Kátia.
O detalhe é que Kátia é deficiente visual e acabou ficando conhecida popularmente como Kátia Cega, enquanto seu hit ficou conhecido como “Não Está Sendo Fácil”, que era apenas o refrão. Até hoje você encontra pessoas com mais de 30 anos cantando a música em karaokês em tom de brincadeira e em qualquer outro lugar, principalmente em escritórios diversos, em tom de desabafo.
Definitivamente não está sendo fácil ver o Fluminense jogar e isso não é por falta de visão. Ok, eu reconheço que estamos em reconstrução e o esforço de captar dinheiro e de contratar jogadores dentro da nossa atual realidade foi muito louvável. Mas os primeiros jogos nos deram esperança até então não concretizada. Claro, nada de futebol bonito, mas vitórias com os jogadores dando sangue em campo. O pensamento comum era de que quando o time desse liga, a coisa ia ficar bonita de ser ver.
O fato é de que não deu liga até agora e as falhas estão cada vez mais evidentes. O time parece cada vez mais um bando de cego em tiroteio. A zaga, por exemplo, foi achincalhada pelo Rodrigo (zagueiro do Vasco) e ainda criticada pelo técnico do Resende em rede nacional. Também não está sendo fácil esperar por Gum, Mattis e Marlon. Ao menos voltaram a treinar.
Aqui, dentro no Panorama, vejo de um lado o Caldeira ter esperança e enaltecer a marcação implacável dos adversários e, do outro, o Vivone se desesperar com o Cristóvão e a falta de treinos, a falta de esquema. Eu, que antes estava mais pra o primeiro, me vejo cada vez mais perto do outro. Complicado. A visão já está pra lá de embaçada.
Sobre o Cristóvão, vejo todos meus amigos vascaínos querendo ele o mais longe possível. Eu achava que era injustiça, mas estou prestes a concordar com eles. Talvez não estivessem tão cegos assim. Sim, ano passado, houve um momento mágico com o Flu sob sua batuta. Mas o momento se foi e não mais voltou. Sinto falta de variações de jogo, sinto falta daquela substituição certeira, sinto falta daquele momento que o Flu atropela.
Entre os novos jogadores não há um craque sequer. Sendo honesto, hoje me parece que são todos para composição de elenco. Alguns formam até que um banco bem forte, mas outros são ainda piores do que aqueles que emprestamos. Longe de mim cornetar. Nunca fui disso e quero muito ver esses jogadores vingarem e levantarem o Flu. Mas, ao continuar assim, ficará difícil tapar o Sol com a peneira.
Talvez, o segredo de nos reerguermos esteja (estava?) mesmo na junção dos jovens com os que ficaram. Afinal, até o momento, são os que mais estão dando resultado. Talvez tenha faltado um pouco mais de visão ou talvez seja eu o cego da história. Só espero que a partir de domingo as coisas clareiem no horizonte tricolor, porque, por enquanto, não está sendo fácil mesmo.
ST!
Panorama Tricolor
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Imagem: viajounamaionese.wordpress.com
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