Muita correria por nada (por Crys Bruno)

crys bruno green

“A gente corre muito mas produz pouco”. Foi essa a sentença de Levir que mais agradou esta mocinha aqui, que nunca calçou uma chuteira, mas que tem paixão pelo futebol, esporte que acompanha assiduamente desde 1986.

Meus 12 leitores sabem que rechaço a vala comum da “falta de garra” para justificar os fracassos e derrotas do Fluminense, pelo menos, desde 2013.

“O que mais me incomodou foi o jogo, não o resultado. Tivemos poucas ações ofensivas”, disparou o novo técnico. O que mais me incomoda no Fluminense é, igualmente, “o jogo”, ou seja, a atuação, a ausência de repertório. Resultado é consequência disto. Sempre.

A frase de Levir é perfeita: o time corre demais (então não falta garra), mas não cria, então não joga futebol. O Fluminense é um time que não joga futebol. É o que mais venho reclamando, pedindo e exigindo, como uma torcedora de clube grande faz e deve mesmo fazer.

“É obrigação jogar melhor que isso”, decreta o atual comandante. Para tanto, Culpi deverá aproveitar o empate com mais uma atuação desprezível de um time titular que “não ganha de ninguém” há meses, para realizar várias mudanças no time.

Sacar de quatro a cinco jogadores, como os laterais (Wellington Silva e Giovanni) e o primeiro volante (Edson e / ou Pierre), que não marcam ninguém e quando marcam, marcam mal, além de que, com a bola, estarem tecnicamente risíveis, tanto quanto Marcos Jr no ataque.

Outros dois que precisam dar um tempo são Diego Cavalieri e Diego Souza. Cavalieri vem jogando muito mal, pesado, letárgico, um goleiro imóvel. Cai atrasado nas bolas, raramente sai do gol para atacar a bola.

Nosso camisa 12 está muito aquém do goleirão que nos ajudou a garantir o tetracampeonato. Cada vez que o adversário ameaça um chute, meu coração dispara. É a insegurança que Cavalieri nos passa. Um banco o fará bem tanto para a recuperação técnica quanto para a preservação da sua história com a gente.

Já Diego Souza, que tem técnica e postura de time grande, está completamente sem condição física. Contra o Botafogo, ele mal conseguiu fazer o giro. Precisa entrar urgente num trabalho especial para ter condições de jogar, já que é peça-chave, um dos melhores do elenco.

Outro grande jogador que precisamos resgatar é o Cícero. O camisa 7 tricolor precisa ter um volante ágil ao lado para sua cobertura. Com um Edson e Pierre avançando e recompondo numa lentidão inaceitável, sobrecarregamos um dos jogadores que tem repertório para ser mais decisivo. Que ele nos ajude mais, pois está acima da média dos meio-campistas que atuam no país. Douglas é a única opção no elenco com as características para jogar com ele.

Sem essas modificações o Fluminense não vai desengessar, destravar, fluir, jogar futebol. Só assim, com laterais melhores (especialmente na marcação), um meio de campo mais ágil e um atacante de velocidade, o time estará pronto para praticar um mínimo do que se identifique como futebol, podendo até ter ainda um centroavante fixo e que pouco se desloca como Fred.

Enquanto não chacoalhar, não modificar esse time titular, continuaremos assistindo um Fluminense que corre, corre, corre, mas com a bola só sabe alongar para o Fred na grande área. Seja por total falta de recurso ou por falta de pernas ou por ambas as opções.

Hora de mexer e muito no time titular. Domingo é Fla-Flu e já temos Copa do Brasil nesse mês.

TOQUES RÁPIDOS

Fla-Flu: para mim é extremamente triste e acachapante ver o clássico ser disputado no Pacaembu.

Eleições tricolores: Cacá Cardoso lançou sua candidatura à presidência tricolor. Não sou de falar de política, nem informações e conhecimento dos bastidores eu tenho para isso, mas gostaria de registrar a ele e a todos os candidatos, um sentimento que tenho tido em relação ao Maracanã e a construção de um estádio.

Não, senhores, o Maracanã não é nossa casa. O Maracanã é apenas o palco principal, onde nos apresentamos para eventos de gala. Estamos sem casa.

Precisamos de um estádio do Fluminense Football Club e nem precisa ter trinta mil lugares como idealiza o candidato Cardoso. O ideal é lutar pelas Laranjeiras com ardor.

Uma nova casa, um estádio próprio tem que ser a maior obsessão do próximo presidente do Fluminense.

Ainda a cartolagem… Mário Bittencourt deu uma declaração, finalmente. Destaque para: “Não fui vilão nem vítima”. Foi boa a escolha da frase.

– Como imaginei, após garantir seu futuro financeiro, Gérson é outro jogador em campo. Tem jogado com leveza, solto, sem receios. Merece a titularidade pelos dois últimos jogos.

– Mexe no time titular, Levir! Caso contrário, será, de novo, muita correria por nada.

Abraços,

Panorama Tricolor

@Panoramatri @CrysBrunoFlu

Imagem: CB / PRA

5 Comments

  1. Perfeito o texto! Risos

    Habemus técnico!

    Essa análise, que ele fez do jogo, é séria… Gosto dele, cada vez mais…
    A mudança é enorme, daqueles discursos: jogamos bem, sempre era isso e sem critério…rs

    Bjs

  2. Perfeito a sua analise

    ” correm mas nao jogam futebol”

    Na canela!!!!

    Bravo querida.

    ST

  3. Crys, gosto muito dos seus comentários, neste em particular discordo sobre a falta de garra, por exemplo DS e Cicero correm para não chegar, Edson e Pierre estão quase sempre atrasados, o buraco que temos naquele meio e falta de raça e garra para superar os limites, correm muito!?!?!? Só se correm errado, pq eu não vejo essa correria toda não.
    Nem vou falar do WS e do Giovani.
    Tb não vejo o Cicero esse jogador todo, DS pra mim é um Wagner, só que com menos suor no rosto.

    ST

    1. Oi, Gaia!

      Muitos tricolores, como você, discordaram de mim hoje. Rá!

      Para mim, há diferença em correr para não chegar quando tudo dá errado e o jogador está sem moral e mal posicionado em campo; para falta de vontade do jogador.

      Mas entendi suas impressões.

      Obrigada pela presença. ST

Comments are closed.