Tricolores de sangue grená, no momento em que escrevo essa coluna, na manhã de domingo, olho para a tabela do Brasileirão e vejo que, ao menos por enquanto, o Fluminense não entrará na zona maldita, não importando muito os próximos resultados da rodada. Até por isso, a partida de segunda-feira contra o Bahia tem ares de decisão e virada de chave. O time apresentou um futebol que lembra o de um time grande nas últimas duas partidas, noves fora os desfalques e mau momento dos reservas que integram o time titular, e conseguiu pelejar contra o Atlético-MG, incontestavelmente um dos melhores elencos do Brasil e da América do Sul, e que tem um treinador muito mais competente que Roger Machado. Os resultados não foram o que gostaríamos de ter visto (duas vitórias), mas o desempenho da equipe, com todas as limitações que sabemos que ela tem, sem tempo para Marcão arrumar bem a casa e até com jogadores estreando pelo clube, já mostra uma diferença brutal daquele marasmo que era a equipe do ex-treinador. Pelo visto, além da torcida, os jogadores já estavam de saco cheio dele.
O momento agora, infelizmente, é o de lamentar. Se o Fluminense tivesse jogado contra o Barcelona como jogou contra o Galo, estaríamos esfregando as mãos para as partidas da semifinal da Libertadores com toda a certeza. A desvantagem na Copa do Brasil não é irreversível, mas o foco agora precisa ser no Brasileirão. Sem vencer há muito, muito tempo, o Flu joga nessa segunda-feira contra o time baiano buscando respirar e emendar uma sequência vitoriosa que nos permita jogar a partida da volta contra o Galo no Mineirão com a cabeça mais leve. Além do Bahia, que enfrentaremos às 19h no Maracanã, pegaremos o Juventude na quinta-feira, mesmo horário e local, para cumprir o jogo atrasado da 14ª rodada, e fecharemos o turno contra a Chapecoense, única equipe sem vitórias ainda (em 18 partidas), na Arena Condá, na outra terça-feira, dia 7, às 21h30. O Bahia hoje está logo à nossa frente, empatado em pontos. O Juventude tem dois pontos a mais, somando 20, e a Chapecoense é a lanterna. A impressão que tenho, nesse momento, é que o Fluminense tem a obrigação de fazer os nove pontos, e qualquer coisa diferente disso será um desastre.
Além desses jogos, ainda teremos o São Paulo em casa depois, no distante dia 12 de setembro. Até lá, Marcão terá algum tempo para achar seu time, encaixá-lo minimamente e nos colocar, quem sabe, como favoritos também para este certame. Pode ser que o Fluminense chegue para jogar contra o Galo já somando 30 pontos e entrando na briga pelas primeiras posições no Brasileirão. Pode ser. Mas não o será se continuarmos vendo a repetição de alguns problemas da era Roger. Egídio não tem mais condições de atuar pelo clube. Não precisa só ser barrado, precisa ser conduzido para fora de Laranjeiras o mais rápido possível. Que se ache outro lateral esquerdo (porque Barcelos não é solução), mas para ele não dá. Já passou da hora de Jefté ser integrado ao elenco principal. Outro problema é com o sempre esforçado Lucca e o também sempre esforçado Luiz Henrique. Queridos, eu também sou muito esforçado, sabe… trabalho fazendo tripla regência e atendo a 16 turmas por semana. Mas não tenho bola pra ser titular ou opção do Fluminense, assim como eles. Lucca pode ser liberado pra voltar ao mundo árabe, e Luiz Henrique pode ser emprestado pra ganhar rodagem e experiência.
Além disso tudo, nosso Benjamin Button já pode ir pro Vasco tentar salvar a pele dos portugas, nosso barrigudo cachaceiro pode tentar ser emprestado pra um time do Equador, e o outro rechonchudo, que foi contratado exclusivamente pra tentar nos fazer passar mais raiva que com o Hudson, já pode ser retirado de toda e qualquer relação dos jogos para evitar que sua draconiana renovação automática se consuma. Por último, mas não menos importante, Bobadilla precisa entrar mais no decorrer dos jogos para termos a certeza de que foi um péssimo investimento ou se era preciso apenas sequência para ele deslanchar, porque Abel tem sido inoperante na vaga de Fred. Isso tudo Marcão precisará resolver, pois o elenco não vai deixar de ter todos esses problemas porque o treinador foi demitido. Agora a bola está com ele, e as soluções precisam vir logo. Luiz Henrique só não jogará contra o Bahia porque foi suspenso. Lucca continuará titular. Egídio continuará titular. Pode ser que venhamos a vencer o time baiano mesmo assim, e até os outros que virão, mas, sem o dedo incisivo de Marcão no time, os problemas de sempre continuarão a nos tirar pontos, vitórias e vagas. Muda, Marcão!
Curtas:
– Outra coisa que já deu foi esse esquema com os pontas. Muda pra um 4-4-2, mantendo os três volantes, bota o Arias ou o Luiz Henrique à frente deles (pra fazer o que o Ganso estava fazendo) e deixa o Caio Paulista (assim que voltar) junto com o Fred no ataque. Chega de pontas fixos, já está manjado e não funciona contra mais ninguém.
– Kayky se foi para o Manchester City, talvez bem mais tarde do que deveria ter ido. Se o jogador não é o total culpado por sua situação (e sabemos bem da [in]competência da diretoria), ele também não é nenhum santo. Ao não querer renovar, já mostrava que sua vontade não era permanecer e que não iria dar o sangue se fosse necessário. Após a ida inexplicável de Metinho, era óbvio que não demoraria muito para que ele também se fosse. Que seja vitorioso por lá e nos gere lucros futuros com suas atuações e boas revendas.
– Entre tantas contratações pavorosas no ano, Nonato parece ter sido um acerto. Parece. Tem entrado bem nos jogos e substituído o extenuado Martinelli, que já está sendo execrado por parte da torcida do Fluham. Eu daria mais rodagem pro Nonato e descansaria o Martinelli, fazendo o mesmo depois com o Yago. Nossa dupla de volantes foi a que mais jogou no ano e precisam estar 100% para os próximos três meses.
– Palpites para os próximos jogos: Fluminense 2 x 0 Bahia; Fluminense 2 x 1 Juventude.
É isso, Tarciso. Vamos ver hoje no que dá. ST!
Concordo em gênero, número e grau em relação a Kayky e Nonato. E que Bobadilla possa provar que não é uma contratação inútil.
Vejamos segunda, o que nos acontecerá…
É isso, Tarciso. Vamos ver hoje no que dá. ST!