Contra o Resende, talvez o Fluminense tenha feito, até agora, a sua pior partida sob o comando de Diniz. Pior até do que as duas derrotas para o Vasco e o empate na partida contra o Antofagasta, em que perdeu inúmeras chances de gol e não saiu do zero a zero.

Entrou sonolento, sofreu um gol por desatenção do sistema defensivo e, contra uma retranca ainda mais hermética, encontrou sérias dificuldades, sobretudo no primeiro tempo.

Diniz, porém, mostra que sabe o que faz quando percebe o defeito e o sana, promovendo mudanças que, se não foram capazes de dar a vitória ao Flu, deram ao time outra postura, muito mais movimentação e o gol de empate. Talvez até alcançasse a vitória, não fosse a expulsão de Everaldo.

Assim, embora o mau resultado, percebe-se que Diniz acredita na sua estratégia e tem expertise suficiente para corrigir a equipe quando as coisas não vão bem. Tem visão de jogo, portanto.

Sabe também que, diante de retrancas muito bem montadas, a posse de bola no campo de defesa, com toques laterais e para trás, é inefetiva e pouco ou nada acresce ao time. Talvez seja essa a maior deficiência no esquema de Diniz: não saber, ou não conseguir, chegar ao ataque com mais qualidade contra defesas muito bem postadas.

Contra o Resende, procurou dar mais amplitude à equipe com a mudança dos laterais, oportunizando a Everaldo mais espaço e liberdade para articular jogadas pela esquerda. O time melhorou sensivelmente. Falta adequar Ganso a esse esquema. Adiantá-lo ou recuá-lo? Parece que, mais à frente, no segundo tempo da partida, rendeu menos.

Diniz sabe o que faz. É inteligente, e isso já é uma grande vantagem em relação à boa parte dos treinadores em atuação no futebol nacional.

Vai acertar, com tempo e treinamento. E ainda falta Pedro. E Pedro, em forma, faz toda a diferença.

Panorama Tricolor

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