Ao contrário da besteira desimportante de hoje em dia, concursos de miss que tentam, em tese, achar a beleza feminina ideal já foram importantes no mundo. Tradição retomada da Grécia antiga, foram criados em 1921 nos EUA e se tornaram muto importantes entre os anos 1950 e 1970, mas o que isto tem a ver com o Fluminense?
É que geralmente tínhamos um pacote: para cada bela e talentosa jovem, vinha uma mãe que tomava conta de tudo na vida da herdeira, se tornando um tanto quanto anedótica, muitas vezes passando do ponto e atrapalhando. Tem pai de jogador por aí que não é muito diferente.
Vide a grande bomba do fim de semana, o processo que o jogador Miguel entrou contra o clube. Nosso pai de miss aqui já dá problemas há tempos. Chegou a tirá-lo do Fluminense, por achar que ele não tinha espaço, e voltar do Vasco onde não deu certo (por quê?). Fez o primeiro contrato profissional do filho no fim da gestão Abad por um portentoso salário e, a meu ver, errou por vinculá-lo obrigatoriamente ao time profissional.
Daí pra frente é historia mais ou menos conhecida: Miguel começou bem no Estadual do ano passado, sumiu na sequência e nisso virou solução para a torcida, mesmo pouco tendo jogado e não dando para saber ao certo se é isso tudo. Agora, quase certo mesmo é que o pai de miss e o pavão bateram de frente. Logo, o garoto não iria jogar mais mesmo pelo Flu, o que é um erro.
Mesmo que ele fosse uma porcaria, e não é, dava pra negociar com um mercado secundário. Se não tinha espaço no grupo, poderia ser emprestado e ganhar experiência em outra equipe. Poderia atuar nos times da base. Tenho para mim que só culpar a diretoria do clube é pouco nesse caso: o pai do jogador é carne de pescoço, supervaloriza o filho e torna difícil solucionar.
O fato é que agora já era: ganhe ou perca o processo, o garoto não tem mais ambiente e precisa sair mesmo, tanto que alega motivos que dificilmente emplacam pelo baixo valor dos mesmos. A diretoria do clube merece apanhar pela pouca transparência no geral, que foi ao paroxismo nesse caso.
Agora, me perdoem os fãs: esse fenômeno todo ele não é. A demonstração é simples: vejam o Kayky, vendido para um clube de primeira linha, definindo mais de um jogo por semana no profissional, parecendo um veterano.
Há um ano atrás, o que o Miguelzinho fazia? Partidas boas no Estadual. É pouco para a lenda, mas ela se sustenta pelas atitudes da diretoria. Quem tem base forte e torcida apaixonada está sujeito a isso: só se resolve negociando profissionalmente com empresários e pais de miss, e também sendo absolutamente transparente com o torcedor.
Como está não será bom para ninguém, mas o grande derrotado infelizmente será o clube. ST.
Perfeito. Assino embaixo. E o pior é que nao é o único bom valor que desperdiçamos sem que haja retorno. Arouca, Dalton, Evanilson, Praxedes, Marcos Paulo e deve haver outros menos conhecidos e que passaram despercebidos pelo noticiário. É algo recorrente no clube e isso precisa ser consertado.