Essa minha aversão para com a tecnologia tem os seus revezes. Ela invariavelmente me dá o troco, desligando os aparelhos sem motivo, corta sinais e me deixa irritado a ponto de agradecer, e sempre aos céus, a estupenda maravilha do advento do lápis, caneta e papel.
E seguindo o conselho da minha vítima predileta, o Nandão, tô escrevendo aqui no celular, pra como diz o poeta tricolor, cumprir minha jornada e com a vista enevoada e essa definitivamente pela “qualidade” da graduação dos óculos de camelô, ver o inferno e maravilhas.
Como o verdadeiro proprietário do Didu’s Steak House resolveu não abrir o estabelecimento no sábado e eu, na condição de seu laranja, não tenho direito a voto ou a veto, resolvi encarar o Clássico Vovô no rádio aqui no celular.
Rádio Tupi, Garotinho, Canhota e vamos nós.
A galera do Júlio Bueno é muito mais participativa durante os matchs que a do Camisa 11 e graças ao Nandão, que é capaz especialmente em lances de perigo, de comentar que o meião usado no jogo não nos traz muita sorte e entre uma pausa e outra da transmissão e sim, é a tecnologia me sacaneando, faço um relato de profundo constrangimento revelando aos companheiros que o Garotinho não tinha mais condições de transmitir o jogo, pois esse já estando no segundo tempo e sabedor das substituições feitas, além do horário oficial de Brasília, insistia em dizer que era no primeiro tempo, que os jogadores ainda estavam em cena e o horário era o dele, que absolutamente contrastava com o que dizia aqui o meu.
Quando o juiz dá os quatro minutos de acréscimo para o encerramento do match, e acompanho com toda atenção do mundo, pois aquele pontinho nos manteria fora do Z4, vou satisfeito ver o que a galera do Júlio Bueno comentava sobre o fim do jogo e descubro que, além de termos perdido com a cagada do Felipe Melo, por uma dessas putarias da tecnologia, teclei no play depois de uma das inúmeras sumidas que a transmissão cometeu, estava ouvindo na verdade o final do primeiro tempo do jogo. Claro que me redimi, pedindo desculpas a todos e, se um dia, o imenso José Carlos Araújo de quem sou fã desde a Nacional e que depois do, pra mim, maior de todos, Jorge Cury é o cara, tomar conhecimento dessa história, que me perdoe.
Não, o cachê do Rock in Rio não vai dar pra comprar um equipamento de alta tecnologia. Mas ainda bem que hoje estarei na Gloriosa Arena dos Arteiros da Glória e com várias testemunhas pra confirmar ou não que os erros são dela. Da porra da tecnologia.
Bora, Fluzão!