“Me chama de bandida” (por Wagner Victer)

Uma das melhores definições, que escutei para a atual situação que chegamos no Fluminense, foi a do amigo e escritor Paulo Roberto Andel, que cravou: “Ao longo dos anos, nossa torcida foi perdendo a sua capacidade crítica e capacidade de indignação e essa é a nossa maior derrota”.

Essa triste constatação é permanentemente referendada, como a que ouvi no meio desse conjunto de contratações, de um outro grande amigo, tricolor histórico que é, Francisco Pinto, que me mandou uma mensagem dizendo: “Diga o dia em que iremos apedrejar, que estarei presente”. É lógico que ele com essa expressão não queria incentivar qualquer tipo de agressão ou depredação, que aliás, todos somos contra, mas sim, um apedrejamento virtual, pela indignação de nós que já rodamos algumas décadas como tricolores e estamos vivenciando.

O último movimento que agora se coloca como rotina de autoflagelação é a rara capacidade de lembrarmos de acontecimentos, e que indica a falta de respeito próprio, pois a contratação e sondagens de uma série de personagens para o Fluminense são daqueles que nos esnobaram no passado em momentos difíceis.

Sem entrar no mérito das pessoas envolvidas ou da qualidade técnica, esquecer que um dia, Felipe Melo foi em suas redes sociais, fazendo gozações ao Fluminense, da tradicional “tem de pagar a segunda”, e o próprio Willian Bigode, que nos esnobou totalmente quando sondamos no passado, suas contratações são lamentáveis.

Nesse momento turbulento e difuso, também especularam a absurda troca da joia da base André pelos rodados Hyoran e o Sacha, e até tivemos alguns tricolores achando que seriam jogadores bons para compor elenco, mas em poucos momentos vi comentários de que esses mesmos dois jogadores cuspiram na cara do Fluminense no passado, quando tentamos trazer para aqui jogar.

Nesse tropeço de contratações e especulações, se confirma a contratação do Técnico Abel. Realmente sabemos que ele tem uma identidade com o Fluminense, onde jogou e foi campeão e o próprio Fluminense retribuiu esse carinho nos momentos mais trágicos da sua vida, porém, a sua postura, em passado recente, quando estávamos quase caindo no Brasileiro e ele se negou a vir treinar o Flu e dar sua contribuição para a salvação, argumentando, de forma esfarrapada, que não estaria preparado para voltar a treinar futebol, logo depois foi desmentida, pois aceitou ser técnico de um outro clube. Esse incidente foi uma demonstração de total desprezo por tudo aquilo de carinho que o Fluminense deu.

Realmente sou bastante radical nessas questões, pois, ou temos a espinha dorsal e nos posicionamos fortemente com posturas firmes, fechando literalmente as portas do nosso clube, ou cada vez mais nos humilharemos, nos apequenaremos e demonstraremos não ter qualquer respeito próprio pela nossa história. Aqueles que nos trataram mal, que nos esnobaram, não podem ter tapete para entrada no nosso Fluminense, a não ser que se “ajoelhem no milho” publicamente.

Nem na bela, melosa e afinada voz do comediante Rodrigo Sant’Anna, que interpretava a personagem Valéria, no humorístico Zorra Total, chamar de bandida, é uma forma de fazer carinho, pois não basta chegar, vestir a camisa e beijar o escudo, só falando no dia da apresentação, já que no momento em que precisamos ou viemos buscar essas pessoas, elas nos desprezaram e não tivemos o respeito institucional devido.

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