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A facílima vitória do Fluminense nesta quarta-feira no Maracanã teve muitos palpites favoráveis previamente a respeito. Nem por isso deve ser desvalorizada. Embora parecesse nítido que o Juventude não faria qualquer frente, o Fluminense fez o que lhe cabia: jogou como time grande, mandante e goleou. Para alguns, continua o sonho pelo título brasileiro; outros, menos otimistas, já creem que a vaga no G4 é uma vitória, caso seja confirmada.
Dos vários jogadores com destaque nos 4 a 0, um deles é Martinelli, nome que ajuda a entender muita coisa sobre o Fluminense nas últimas temporadas. Seu bom futebol não é nenhuma surpresa, já que, dois anos mais jovem, foi um dos destaques tricolores de 2020 na campanha que nos levou à fase de grupos da Libertadores 2021. Teve oscilações, naturais diante de sua idade, mas nada que comprometesse sua performance.
De repente, ao primeiro passe errado ou chute mais distante do gol, uma pequena – mas barulhenta – parte da torcida tricolor, sempre alerta nas redes sociais e crente que não é notada fazendo campanha enrustida para a atual gestão, passou a pedir a cabeça do jogador: “Lento”, “Chupa-sangue”, “Está com a cabeça no exterior”, “Não tem compromisso” e outras expressões mofadas se tornaram a regra. Foi assim com Ganso e Marcos Felipe também, mas a diferença ficou nítida num detalhe: subitamente o Fluminense contratou diversos “reforços para o setor” enquanto aguardava a “maturação” de Martinelli. E aí nasceram não somente os (caros) bonecos Wellington e Felipe Melo, mas também a vinda de Nonato – bom jogador, mas sem compensação de custo x benefício e com o agravante de saída iminente, o que acabou acontecendo.
Em silêncio, Martinelli aguentou a covarde perseguição arquitetada e, aos poucos, especialmente a partir da súbita saída de Nonato (que contraria qualquer planejamento), recuperou seu espaço no Fluminense, que jamais deveria ter sido restrito.
Traduzindo: para alegrar a vida de empresários, o Fluminense precisou mexer num setor que tinha Yago, Wallace, André e Martinelli para acomodar Wellington, Felipe Melo e Nonato – este, novamente, um bom jogador mas cujo contrato não dava retorno financeiro significativo para o Flu. Conseguimos o querido Carioquinha, mas a péssima manobra pode ter sido decisiva para nossa eliminação precoce nas Copas nacional e estrangeiras. Não é difícil pensar em quem ganhou, mas certeza mesmo só se tem uma: quem perdeu foi o Fluminense. E, independentemente dos bons resultados da temporada 2022, uma política cruel se repete: a desvalorização de jogadores da base para que as posições sejam ocupadas por jogadores veteranos, coincidentemente todos ligados aos grupos empresariais que há tempos colonizam o clube.
Antes que os baixos teores intelectuais transformem esta coluna num manifesto pessimista, é importante dizer: o sonho tricolor do título brasileiro continua, mas se passou mais uma rodada e o Palmeiras, que só perdeu dois jogos no campeonato, continua com três rodadas de vantagem sobre nós, que perdemos sete. Não existe impossível para o Fluminense, mas é preciso ter lucidez e reconhecer que a conquista desse título é extremamente difícil.
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Depois de nove meses, o Fluminense parece ter descoberto que Pineida não joga nada e será devolvido ao Equador.
Depois de um ano e meio, há rumores que o Fluminense descobriu a indigência técnica de Wellington e pode dispensá-lo.
Vivemos um bom momento no Brasileirão. Fracassamos nas Copas. Vencemos o Carioquinha.
Se o planejamento de 2022 estivesse focado no seneamento de dívidas e na competitividade, provavelmente o Fluminense não contrataria Fábio, Cris Silva, Pineida, Alan, Marrony, Felipe Melo, Willian Bigode, nem manteria Wellington, Matheus Ferraz e Caio Paulista. E isso em nada teria piorado seu curso nesta temporada, com a vantagem de ter poupado uns uns 30 ou 35 milhões de reais.
Somadas as patetadas com as eliminações na pré-Libertadores, Sul-americana e Copa do Brasil, ponha na conta mais uns 40 milhões de reais.
Estimando tudo, um vazadouro que pode passar de 70 milhões de reais somente em 2022, caso o título brasileiro não venha.
Em tempo: nunca é demais lembrar que o time campeão carioca – e com boa campanha nacional – nada tem a ver com o planejamento da diretoria. A base do atual Fluminense é o time reserva do Carioca, e com outro treinador.
Seguimos torcendo, mas sem aceitar a pecha de otários que o grande consórcio gestão + sites camaradas + influencers + páginas e grupos aditivados no Facebook por “anônimos” quer nos fazer crer.
Que venha o Galo.