Semana passada, escrevi em minha coluna sobre a minha opinião em relação à escalação imediata de Marcelo.
Meu ponto de vista era de que, invertendo a frase que James Gordon disse sobre o Batman no final do filme “O Cavaleiro das Trevas”, a estreia do lateral no Maracanã ocorrer no clássico não era o que o Fluminense merecia, mas sim o que ele precisava.
Num Mundo ideal, Marcelo deveria retornar aos campos com um Maracanã lotado de tricolores, com homenagens e uma grande mobilização em um jogo mais tranquilo. Apesar disso, no jogo de ida da final o rival Rubro-negro criou um cenário tão complicado quanto o que o Coringa gerou em Gotham City no final do longa-metragem. O Fluminense precisava sacrificar o mundo ideal e arriscar tudo no domingo, pois precisaria da excelência que só o nosso Batman poderia gerar.
E assim o Tricolor foi a campo, com o apoio de sua torcida que, em cena rara, era maioria no Mário Filho lotado.
Na primeira partida, a atuação do Fluminense foi muito boa no primeiro tempo mas algo faltou e, no minuto trinta do jogo do último domingo, Marcelo mostrou o que era esse “algo”.
O jogador fez o que só um que teve a carreira como a sua poderia fazer: com sua categoria máxima que o levou à seleção da Fifa por tantos anos, abandonou a lateral-esquerda, sendo muito bem coberto por Alexsander, driblou Gerson – que caiu girando no chão – e ajeitou para a perna esquerda, a mesma de tantas assistências para Cristiano Ronaldo. A linha de defesa adversária parecia paralisada, quase assustada com o movimento feito pelo camisa 12, que arrematou com curva no cantinho de Santos, que saltou e não achou nada.
A torcida tricolor explodiu, o time adversário parecia raciocinar e finalmente entender: é o cara do Real Madrid! Após a bola tocar o barbante, o astro mundial se vira para o time e imediatamente pede calma, utilizando a experiência de tantos títulos conquistados e depois comemora com tudo para emocionar ainda mais a massa tricolor.
E a partir daí é como escreveu Paulo Andel: foi um soco no queixo, o caminho para a goleada já estava traçado.
Não estou, com esse texto, minimizando a importância de nenhum dos grandes jogadores que protagonizaram a conquista. Fábio, Guga, Melo, Nino, Alexsander, André, Ganso, Arias, Keno, Cano e Diniz, todos tiveram suas contribuições para a vitória.
O caminho do título, no entanto, foi projetado pelo herói que precisávamos, mesmo que não no cenário de estreia que merecíamos.
Excelente Heitor
Excelente coluna, Heitor! Que Marcelo seja o nosso “Cavaleiro da Luz” e nos guie à tão sonhada Libertadores!