Será que é isso que Marcão tem a oferecer ao Fluminense? (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, o que presenciamos na noite de ontem em São Januário foi um verdadeiro pesadelo.

Quando Talles Magno acertou o travessão de Marcos Felipe, já lá pelos 30 minutos da segunda etapa, estava desenhado que a casa ia cair.

O Fluminense começou o jogo atropelando o Vasco. Fez 1 a 0 e poderia ter feito dois, até três, mas só fez um.

De repente, sabe-se lá por que razão, o Fluminense abriu mão do ataque e foi atrair o Vasco para jogar no seu campo.

O curioso dessa história toda é que foi a cópia fiel do que havia de pior no Odair. Porque você recua o time e os caras mais avançados são Nenê e Marcos Paulo.

Daí que não tinha contra-ataque. Agora, se você não tem contra-ataque, para que recuar o time?

Aliás, por que a insistência em colocar Marcos Paulo de falso nove? É porque não pode colocar um nove de origem ali para não tirar o cartaz do Fred? É para não ter que tirar o Wellington ou o Nenê do time?

Já aí, estamos diante do mesmo velho dilema de sempre. Um jogo ótimo para Miguel, com um adversário todo desorganizado em campo, com espaço para trabalhar a bola em progressão, mas cadê Miguel?

Só que em termos de ler mal o jogo e fazer substituições equivocadas o Marcão superou Odair de longe. O que o Fred foi fazer em campo no final de um jogo em que o Fluminense não tinha o mais remoto interesse em atacar? Era para ter um homem de velocidade para puxar os contragolpes?

Poderíamos estar a oito pontos do São Paulo, que pega o Atlético quarta-feira, mesmo dia de Atlético GO e Fluminense. Imaginem uma vitória do Flu e um tropeço do time de Diniz, tendo Fluminense x São Paulo na próxima rodada!

Ou melhor, não imaginem, porque com a mentalidade atual o máximo que conseguiremos fazer é arrumar uma vaguinha na pré-Libertadores. E ainda teremos que lamber os beiços.

Foi péssima a impressão deixada por Marcão na reestreia. Se a ideia é criar uma receita nova com ingredientes de Diniz e Odair misturados, Marcão dará com os burros n´água. O time do Fluminense atual não tem mais cultura, fundamentos técnicos e táticos para jogar o futebol da Era Diniz.

A única coisa a fazer é tentar aperfeiçoar o que o Odair deixou, ou veremos cenas de pastelão tático, como ontem, quando teve jogador parando contragolpes, sem razão alguma, para ficar prendendo a bola no campo de defesa.

Eu juro que essa eu nunca tinha visto antes na minha vida. O time abrir mão de um contra-ataque para ficar rodando a bola no campo de defesa.

A impressão que dava – que nada poderia ser pior – é a de que Marcão fez um remendo de ideias e as colocou em campo sem conexão alguma umas com as outras.

A nossa jogada característica era tocar a bola até os jogadores do Vasco se adiantarem. Aí o Lucas Claro dava um chutão para a frente e o Vasco recuperava a bola. Então, nós recuávamos para trás da linha da bola e ficávamos esperando o Vasco errar para nós roubarmos a bola e imediatamente iniciarmos uma talentosa troca de passes para trás e para os lados, até vir o aperto e mais um chutão para frente.

Alguém sabe me dizer para que serve essa estratégia de jogo?

Saudações Tricolores! 

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