Maracanã teve noite memorável (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, a vitória sobre o Palmeiras foi um mero detalhe, assim como o passo gigantesco para deixar essa história de briga contra rebaixamento para trás.

O fato de 30 mil tricolores terem estado na arquibancada do Maracanã é o de menos. Não fosse a chuva, teríamos mais de 40 mil. Não é, todavia, da quantidade que estou falando, mas da qualidade.

Quem esteve na noite de ontem no Maracanã viveu a experiência mágica de participar de um jogo do Fluminense no estádio em que fomos o único clube carioca a conquistar um título mundial de clubes.

Observem que falo em “participar” de um jogo do Fluminense, porque a torcida tricolor é parte do espetáculo. Ontem, não, a torcida do Fluminense foi a alma. O protagonismo ficou para a arquibancada pulsante, mágica e ensurdecedora.

Mas, além de tudo, a mágica multidão que venera as três cores é capaz de entregar aos privilegiados atletas que puderam assistir ao espetáculo uma beleza desconcertante.

Tivemos ontem um Maracanã com DNA de Maracanã, vivendo o espetáculo para o qual foi construído. Tivemos uma torcida do Fluminense, a melhor e mais bonita do mundo, pulsando como torcida do Fluminense.

Ainda tive o privilégio de estar no meio da torcida, de pé durante 90 minutos, acompanhado de meu filho e dois sobrinhos. Pude perceber a emoção de todos em estar ali no meio daquela multidão apaixonada.

Nenhum outro fenômeno da estratosfera pode ser objeto de tão verdadeira, envolvente, obstinada e magnética paixão. O Fluminense é único, mesmo carregando às costas o imenso produto da irresponsabilidade de tantos, durante tantos anos.

Mas é preciso chamar atenção para um aspecto que deve ter passado despercebido por muitos ou quase todos. O público que esteve no Maracanã na noite de ontem era diferente. Com ingressos a preços populares, tivemos o Maracanã com cheiro de povo, com cara e vibração de povo, esse que o chamado “futebol moderno” tirou dos estádios.

Ah aquela multidão! Digna da fama e da tradição da temida torcida tricolor, a que impulsiona o time para as vitórias com a força do seu coração. A multidão que é o coração do Maior Clube do Brasil, aquele que, ao ser condecorado com a Taça Olímpica, foi chamado por Jules Rimet de mais perfeita organização esportiva do mundo.

Vitórias e títulos são apenas parte da grandeza de um clube. O Fluminense os tem às pencas, em múltiplos esportes. Mas o Fluminense é mais que isso. O Fluminense é sua torcida, sua tradição, suas incontáveis contribuições a uma nação, que precisa de grandes referências, ainda que não as reconheça.

Mas é que teve o jogo. Além de tudo, teve o jogo e teve a vitória, conquistada com bom futebol, com aplicação, com raça e com arte. A arte do modelo de jogo implantado por Fernando Diniz, que Marcão teve a sabedoria de resgatar.

Esperarei um pouco mais para falar de Marcão. Por ora, o que precisamos ter em mente é que a briga não terminou. Precisamos, a partir de domingo, determinar qual será nossa briga nas três rodadas que restam para o fim da temporada.

Podemos lutar pela décima posição, que nos garantiria maior volume em receitas da televisão, mas ainda corremos o risco de terminarmos o anos fazendo contas para não cairmos.

É que o Fluminense perdeu Ganso pelo resto da temporada. Para piorar, não teremos Daniel, suspenso, contra o Avaí, além de Digão, que, nos últimos jogos, transformou-se numa liderança dentro de campo, pela entrega, pela raça e pela precisão em suas intervenções no jogo.

A boa notícia é que Dodi entrou e não comprometeu. Fez até mais que isso. Teremos também o retorno de Yuri, que até há algumas rodadas não tinha feito uma única partida que prestasse como volante, mas que subiu assustadoramente de produção quando Marcão o colocou como titular num time com quatro meias.

Com os desfalques, corremos o risco de ver Nenê em campo, que, desde que chegou, vem sendo o ponto cego da equipe, salvo em raras ocasiões.

Aliás, aconteça o que acontecer, terminaremos o ano com um gosto amargo em nossas bocas, sabendo que poderíamos terminá-lo levantando a taça da Sul-Americana e obtendo uma posição bem mais digna na classificação do Campeonato Brasileiro.

Ficamos aquém, graças aos 10 pontos perdidos para o VAR e à decisão estapafúrdia que foi a demissão de Fernando Diniz, graças a quem somos um dos poucos times do Brasil com uma identidade tática, com uma ideia definida e eficaz de jogo, o que também não seria possível se não tivéssemos jogadores de alto nível no elenco, ao contrário do que muitos acreditam.

Um time com Alan, Daniel, Ganso, Caio Henrique, Marcos Paulo e Yony não pode ser considerado jamais um time de pernas de pau. Até Gilberto atuou bem ontem. Fora nossa boa zaga, com Nino e o gigante Digão, além de Marcos Felipe, que não se sabe por qual razão foi preterido por tanto tempo.

Domingo é dia de comprar a cerveja, ligar a TV e se preparar para sofrer, como foi ontem. E, como ontem, que a vitória nos sorria, para que possamos pleitear melhores objetivos nas duas rodadas finais, já planejando 2020.

Saudações Tricolores!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

4 Comments

  1. GOL ANTOLÓGICO NO CHUTE DE BAILARINO, CÂMERA LENTA, MARCOS PAULO ACERTA O PÉ, ASSIM, COMO O DIGÃO ACERTARA O CABEÇÃO NO MIRACULOSO DESVIO ACIMA DA BALIZA DE MARCOS, GOLEIRO ATENTO. MARCÃO, CABEÇA DE BAGRE, TODAVIA, SALVAÇÃO, APÓS O DESASTRE DA MALDIÇÃO LEGADA PELO DINIZ, ENTÃO, APRENDIZ DE FEITICEIRO, UMA VEZ MAIS, MEXE ERRADO NA CONTUMAZ FALTA DE VISÃO, INSUFICIENTE, CONTUDO, A PREJUDICAR DESTA FEITA O DESENLACE DO APITO FINAL DO VUADEN, OUTRO DE NOSSOS FANTASMAS, EXORCIZADOS TODOS NA…

  2. …Pessoal, seguinte. O Vasco está anunciando que bateu a meta de 100.000 socios no dia de hoje. E ai? Vamos ficar atrás do “bacalhau”?
    Acabei de me associar, apesar de já ter 75 anos e ter ingresso “0800”!!!
    Só nós, torcedores poderemos reerguer o Flusão!!! Vamos pessoal, aproveitar o BlackFriday do Flusão.
    #+sociosqueobacalhau
    ST

    1. Já me associei: SF021623. Porém, a motivação foi o projeto apresentado, aqui mesmo nesse espaço, pelo Marcelo Savioli.

    2. Alguma razão há para torcedores prefirirem enfrentar filas ou pagar mais caro na mão de cambistas. Dou duas razões possíveis. A primeira é que não há uma fila exclusiva para sócio torcedorr, que eu saiba. Aí, ficamos submetidos a entrar em uma fila com pessoas provando que são menores de idade, ou idosos ou…

      A segunda, é que não se tem garantia de qua após suspender a associação não vá ser cobrada por engano. Já tive que duas ou três vezes ter que ir ao clube para reclamar que havia…

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