O Fluminense está incrivelmente bem na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, tudo leva a crer que disputará a Libertadores na fase de grupos e, se acontecer uma incrível combinação de resultados, pode até ser campeão. Até aqui a felicidade é plena e absoluta, ainda que sinceramente nossa pontuação esteja muito além de nossas exibições.

Acontece que uma parte da torcida tricolor parece ter despertado e a boa fase do time não é mais pretexto para se comemorar as maiores sandices.

Todos sabem como chegamos até aqui.

Felizmente, o “planejamento” do clube deu todo errado e, somado a outras questões, as coisas acabaram funcionando até aqui e parece que vão continuar, ainda que devêssemos ter sempre em mente que o lugar do Fluminense é disputando títulos.

Fora das quatro linhas, o Flu vive situações que beiram o inusitado, seja pelo péssimo desfecho das revelações da base, seja pelas contratações que parecem sem sentido, seja por jogadores que mais parecem impostos no decorrer das partidas por interesses que nada têm a ver com os do Tricolor.

Caio Paulista deve ser um bom rapaz. Luta. Tenta. Só que não tem futebol para ser titular do Fluminense e, como reserva, provavelmente jamais seria a primeira opção de substituição ofensiva. Fez um golaço contra o Atlético, nem era titular mas entrou no começo do jogo. Só. Eu também luto muito. Não sirvo para jogar no Flu.

Então, o jogador que é insistentemente posto em campo – ao lado de seu parceiro Felippe Uruboso -, fosse por Odair, seja por Marcão, nem de longe satisfaz o torcedor tricolor médio. Não é nada contra o rapaz, mas contra suas atuações. Começam as especulações sobre sua saída e… do nada, surge esta pérola jornalística (que mais parece uma chamada de site/blog que faz propaganda positiva enrustida para a atual gestão), com toda a pinta de jogar a favor de uma possível renovação do jogador no clube.

Jornalismo ou propaganda subliminar para criar um clima favorável à renovação?

É possível torcer muito para o Fluminense em campo e reprovar barbaridades de seu cotidiano administrativo.

Ou, por exemplo, torcer demais para o Marcão dar certo mas não se deixar levar por barbeiragens travestidas de “Estatística”.

Que diabos de “Redação” é essa que compara duas amostras de tamanho diferente, aliás, desproporcional, sem nenhum tipo de tratamento/nivelamento/equidade?

Não se trata de Estatística, mas de um sofisma. E só.

Deve ser só coincidência, mas tem cara de peça publicitária, corpo de peça publicitária e jeito de peça publicitária.

Eu, que já torci para Joel Cavalo, Ciel e Marcelinho das Arábias, não vou torcer pelo Caio Paulista e pelo Marcão para chegarmos à Libertadores? É lógico que sim.

Só não podem contar com a vista grossa de quem vê o Fluminense há quase meio século.

Redação do Globoesporte, a gente já reparou que críticas, mesmo construtivas, à direção do clube não passam por vossas páginas. Não tomem a torcida como idiota.

Não quero decepcioná-los, mas isso aí que parece peça publicitária não é vantagem para vocês. Já tem site sobre o clube que faz isso há muito tempo, e bajula bem melhor do que vocês.

Seguimos em frente, torcendo paca por essa vaga na Libertadores, criticando tudo que pareça no mínimo estranho aos interesses do clube e da torcida. Mais uma vez: na tabela de classificação do Brasileirão tudo vai bem. Fora dela, tudo exige muita atenção e críticas sempre que necessário.

Manchetes de propaganda de jogadores e de manipulação de dados estatísticos não são bem-vindas.

As jogadas que a torcida tricolor quer ver não são essas.