Sob chuva forte e gramado com drenagem precária, Juventude e Fluminense se enlamearam e tiveram de driblar poças de água para impor seu jogo. Deflagrando a várzea que é a administração no Brasil, no futebol, na vida pública e privada, talvez, parafraseando Rui Barbosa: gestão é a habilidade que mais tem faltado à República.
O Juventude soube se adaptar melhor às condições oferecidas e criou chances de gol a rodo. Já o Tricolor, sob uma escalação estapafúrdia e truqueira, não entendeu nada, fazendo supor que eram crianças se divertindo na lama em um dia chuvoso.
Fernando Diniz teve uma semana cheia, a primeira, para treinar a equipe e conseguir escolher melhor as peças a encaixar na engrenagem. Ele veio com invencionices atabalhoadas, repetindo o fraquíssimo Wellington, tirando espaço do André, Willian Bigode, que praticamente não tocou na bola e Caio Paulista improvisado de pseudo-lateral esquerdo e terceiro zagueiro.
Além disso tudo, Samuel Xavier que, com todo respeito, não deveria estar em um clube de topo de Série A, fez figuração de jogador, sendo substituído por outro figurante, Yago, como lateral, que não é, nunca foi, nunca será.
Já o Juventude de Caxias do Sul brigou contra as poças e contra os zagueiros do Fluminense para chegar ao seu gol solitário, mas que por pouco, não fez companhia a outros tantos.
Em lance endêmico de um gramado nessas condições, Pitta, o cara do jogo, brigou e venceu a disputa contra a água e os defensores do Flu. Estava em condição de jogo, causado pelo improvisado Caio Paulista, e na sequência impôs por força quase jedi que a bola fosse entrando, com colaboração do bate-cabeça entre Fábio, Luccas Claro e Caio.
No segundo tempo, Fernando Diniz trocou Caio por Crissilva, Willian por Matheus Martins e Well, que tem o dom, por Felipe Melo, que por pouco não conseguiu seu cartão vermelho.
Manoel quase marcou de cabeça em única oportunidade criada pelo Fluminense na partida e Matheus conseguiu uma bela finalização, mas sem sucesso. Enquanto isso o Juventude, em contra-ataques, quase chegou a novas vias de fato.
Gustavo Nonato, que sequer entrou em campo, foi expulso do banco de reservas, assim como o médico Ricardo Oliveira, por reclamação também, embora não possa esse ente ser expulso de uma partida, demonstrando a fragilidade emocional do time e também do árbitro.
Derrota merecida, pois mesmo sob as condições do gramado, o Fluminense foi um coquetel de água com ar: não criou, não propôs, não inventou, somente aceitou.
Eu torço mesmo é para que o treinador possa, de verdade, fazer suas escolhas sem pressões internas, de vestiário, de gestão, de empresários, de jabaculês e outras parafernálias.