Justas reclamações (por Paulo-Roberto Andel)

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É natural que os tricolores estejam insatisfeitos por um ou mais motivos. Ou muitos. O mais recente é sobre a derrota de ontem, que não compromete muito na tabela. Alívio.

Continuo achando que o Fluminense não sofrerá grandes sustos, mas não pela sua enorme qualidade (para os alucinados) e sim pela mediocridade geral. Todos torcemos muito para que tudo dê certo, mas ninguém é obrigado a transformar sua paixão em surto psicótico.

Magno Alves cometeu uma barbeiragem rara em sua carreira, até difícil de explicar. E não se questiona o fato da expulsão ter prejudicado muito as já escassas possibilidades do Fluminense no segundo tempo (desde o começo sob bombardeio). A barbeiragem às vezes assola quem menos se espera. Nosso grande artilheiro Fred já passou por isso em jogos menores, clássicos e até na final da Sulamericana em 2009. Outros cem jogadores importantes também.

Dado que passamos a jogar no padrão Abel 2012 (só que sem Abel, sem Deco para lançar e Wellington Nem para disparar, sem Sobis, sem Neves), a pressão era inevitável. E sem válvulas de escape. Deu no que deu. Fora de posição ou não, o garoto Gerson andou e reclamou. Vinicius não deu liga. Do Gum, a turma da resenha aqui já se encarregou.

A arbitragem foi esquisita, é lógico. Ruim. Pavorosa. Mas não vai acontecer nada. Absolutamente nada. Há muito tempo o Fluminense passou a confundir fleuma com otarice. E fidalguia com apatia. Os episódios de 2013/2014 resumem tudo. Neste 2015 mesmo, vide o caso Duba. Não me peçam para comemorar venda da camisa verde. É chinfrim demais. Que tal lembrarmos que o grande moralizador com a “Liga” é o sr. Petraglia?

Meus heróis de ontem são aqueles que encararam em pé boa parte dos 450 quilômetros entre as cidades para defender o Flu nas arquibancadas. Os das torcidas organizadas, vítimas de xenofobia.

No mais, nenhuma grande surpresa, nenhum rococó tático, nenhuma verborragia barata padrão Péricles Chamusca. O Palmeiras foi mais um dos N – (k + 1) times na zona de rebaixamento que nos venceu. Quem pesquisar tais dados desde a Copa João Havelange vai se assustar com a estatística. Aconteceu de novo. Veio para cima, ficamos encolhidos. Num futebol muito nivelado por baixo, quem tem mais atitude sai na frente e por cima.

A falta que resultou no gol da virada palmeirense, com três deles livres e os nossos nove olhando, foi cobrada pelo Egídio. Talvez um dos piores laterais que já jogaram no Flamengo. Torcedores da Gávea queriam matá-lo, um deles foi expulso do clube outro dia. Acabou no Cruzeiro, foi campeão e virou reforço do Alviverde paulista.

Futebol é assim. O resto é o intervalo entre uma dor e outra. O discurso sempre foi o de uma campanha digna – e, desta vez, quem manda não mentiu. Megalomania para quê?

As reclamacões são justas. A racionalidade também.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: exulla

1 Comments

  1. Bem dito.

    Somente queria ver o time de guerreiros novamente em campo, em todos os jogos, hj eles comparecem em 1….ficam meia dúzia sem dar as caras…..isso é o mínimo.

    ST

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