Começamos mal. Bem mal. Nos primeiros quinze minutos só deu Junior, inclusive marcando seu gol aos nove. A partir de então, o Flu tentou sair das cordas equilibrar as ações, marcando o adversário sob pressão por pouquíssimo tempo. Ironia do destino: jogamos com três zagueiros, mas levamos o gol tendo cinco atacantes do time colombiano dentro da nossa área. Chutão de Moreno, ok, sem chance, mas depois o Junior voltou a sufocar, com a nossa defesa a rifar a bola.
Meia hora de jogo e o Flu com uma atuação ruim. Mal poosicionado em campo, sem recomposição, com Cano muito isolado, sem consistência nem criação. Mesmo assim, o artilheiro argentino poderia ter empatado em bela cabeçada para fora – a rigor, nosso único bom momento. Como quem não faz, leva, pênalti de André. Bola no alto, mais uma vez Fábio não saiu na fotografia (a culpa era do Marcos Felipe…), gol de Borja, 2 a 0 para o Junior sem muito esforço mas com justo, fruto da desarvorada atuação tricolor em termos coletivos, ainda agravada pelo buracão na Avenida Cris Silva.
Nem a paciência de Abel é infinita, então o Nilton Santos da Moldávia foi sacado, entrando Pineida. Do outro lado, Calegari foi trocado por Luiz Henrique. Em parte porque o Junior se desgastou, em parte porque recuou além do devido, o fato é que o Fluminense melhorou nos primeiros vinte minutos da etapa final, ocupou os espaços mais à frente mas sem ameaças concretas ao gol colombiano, tirando um chute de LH.
Abel resolveu arriscar, colocando Martinelli no lugar de Manoel, com Nino voltando para a zaga e Yago fazendo a direita. No primeiro lance, Martinelli deu ótimo passe que terminou em falta perigosa. Ganso cobrou, o goleiro defendeu.
Fred no lugar de Cano, para aumentar a velocidade e a pressão do ataque… Bigode no lugar de Arias. Remontada a dupla de ataque ansiada por Abel há tempos, fadada a não dar certo. O Fluminense continuou pressionando, mas finalizou mal. A exceção foi a bela tentativa de voleio do próprio Fred, como se fosse uma espécie de lembrança dos tempos idos, já em ritmo de adeus. No fim do jogo, veio o castigo final com o terceiro gol, marcado por Sambueza.
O Fluminense até melhorou no segundo tempo em Barranquilla, teve algum volume de jogo, mas pagou o preço da péssima primeira etapa. Numa chave onde só um passa para a fase final, a situação tricolor se complicou. Nada está perdido, mas se complicou. Não pode mais errar na Sul-americana, nem ficar deitado eternamente em berço esplêndido da conquista do Carioca.
Quando se criticava tanto o Fluminense neste PANORAMA nos últimos quatro meses, era justamente por se temer noites como a dessa quarta-feira na Colômbia. De certa forma, já tínhamos vivido noites semelhantes neste 2022. Não foi falta de aviso.
PREGARA NO DESERTO O ANDEL MAS E TODAVIA E SEMPRE AQUELE QUE AVISA É MUITO MAIS QUE AMIGO…