O jogo de logo mais será muito difícil, imagino que mais complicado que o último, quando conseguimos sobrepujar o adversário somente nos pênaltis.

Não chego ao extremo de colocar a Colômbia como favorita, mas nosso adversário tem uma equipe muito bem acertada e conta com um jogador muito acima dos padrões normais. Mas não credito favoritismo ao adversário pelo simples fato de termos ao nosso lado uma camisa cinco vezes campeã do mundo.

Embora nossa seleção tenha dezessete de seus jogadores debutando no maior torneio do futebol e entre eles esteja a nossa maior estrela, a camisa, por si só, já impõe um enorme respeito a quem pretende encará-la. O amarelo, por mais modesto que seja o futebol que praticamos hoje, causa naturalmente impacto no adversário. Não fosse a nossa história, sinceramente, teríamos ficado já nas oitavas.

O jogo de amanhã representará o jogo de duas das estrelas da Copa. Do nosso lado, Neymar, que tem a árdua missão de carregar uma seleção inteira do meio de campo para a frente e ainda diante da sua torcida. Do outro lado, esse impressionante James Rodrigues, de somente 20 anos de idade, mas que conta com uma seleção mais bem organizada a apoiá-lo.

Nossa equipe vive de talentos individuais do próprio Neymar e Oscar, que só jogou bem o 1º jogo, quando foi o melhor em campo, e das bolas aéreas, com as presenças de Thiago Silva e Davi Luis na área do adversário. Nossa dupla de zagueiros, aliás, forma ao lado de Neymar e Luiz Gustavo (fora do jogo de amanhã) o quarteto que tem jogado bola em nosso time.

Os demais jogadores estão mal individualmente ou têm sido muito prejudicados pelo esquema tático do nosso treinador. Nossos laterais estão muito mal, a ponto de Scolari estar constantemente colocando Maicon de titular em parte dos treinamentos. Na esquerda, Marcelo também não está bem, mas o futebol do seu reserva é infinitamente inferior ao seu, o que impede qualquer tentativa de substituí-lo.

No meio, como já era em parte esperado, pela falta de um autêntico camisa 10, vivemos um deserto de criatividade. Oscar só esteve presente no 1º jogo e Paulinho nem isso. Fernandinho, que substituiu o ex-corinthiano não disse ao que veio.

Na frente, Hulk, que também compõe o meio de campo, foi bem na última partida, mas não tem o perfil de jogador que domine o nosso meio de campo, que organize, que acelere ou cadencie o jogo, de acordo com as necessidades que a partida imponha.

Fred tem sido muito prejudicado pelo esquema, pois a bola não aparece limpa para ele. Neymar tem a característica de condução de bola e só faz o passe em último caso. Os laterais não chegam à linha de fundo para cruzar e o meio de campo não funciona. O que esperar do nosso atacante?

É verdade que já na época de Fluminense, Fred estava com pouca mobilidade e desperdiçando oportunidades que não são normais para ele. Mas, no caso da seleção, não é possível sequer averiguar se ele continua ou não com essas deficiências, simplesmente porque a bola não chega para ele!

Trocar Fred por Jô me parece até certo ponto um tipo de piada de mau gosto. Somente nossa imprensa bizarra, vendida e totalmente distanciada da verdade, pode fazer pressão para esse tipo de alteração como a solução para nossos problemas. Pensam eles em prejudicar a seleção de um país somente pelo recalque que têm em relação ao nosso incomparável Pavilhão. Nenhuma novidade a nossa imprensa estar prestando mais um desserviço ao público. Não fosse patético seria até engraçado.

Logo mais saberemos se a nossa camisa vai conseguir impor-se sobre um futebol eficiente e bonito que está sendo jogado pelo adversário.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @MVivone

Imagem: http://esportes.r7.com