Confesso que nunca havia me empolgado pelo John Kennedy, como, por exemplo, o fizera pelo João Pedro ou o Luiz Henrique. Sempre o achei um moleque de Xerém daqueles cuja fama se sobrepunha à qualidade técnica. É certo, fazia um gol aqui e acolá, especialmente contra o Flamengo, o que lhe garantia o apreço da Torcida, mas nada muito além disso.
Talvez mal orientado, jovem de mais para entender suas precoces responsabilidades e o dinheiro, parecia que a sua cabecinha deslumbrada ditava seus rumos, maus rumos. Quem o observa de perto, no entanto, percebeu qualidades, e lhe deu mais uma chance.
Sua passagem pela Ferroviária de Araraquara, onde se destacou no campeonato paulista, talvez tenha sido a sua cura. De lá, retornou mais centrado, comprometido com suas responsabilidades e, principalmente, jogando um futebol que vinha sendo ofuscado por outros assuntos extracampo.
Pode-se dizer que JK renasceu para o futebol e, nas mãos de Diniz, tem se tornado uma excelente opção de ataque, encontrada dentro da nossa própria casa. Reinventado, foi fundamental na nossa classificação para as semifinais da Libertadores, jogando o fino da bola.
Tem sido um jogador essencial para derrubar os muros defensivos de equipes que se fecham bem, com sua força, rapidez e inteligência. Dá opções ao treinador e tem feito o que Lelê foi contratado para fazer e não conseguiu. Uma flecha contra as defesas adversárias, um giro rápido sobre os zagueiros, um pivô eficiente, enfim, um atacante que, além de fazer seus gols, ainda colabora para que Cano possa marcar os seus. Mais uma enorme preocupação para os adversários.
Com essa bela “novidade”, e o retorno gradual do Alexander, encararemos o Inter muito mais fortes. Obviamente não há favoritos, mas com a garotada de Xerém e a coragem de Diniz, temos a chance de chegar à final da Libertadores e resgatar aquele título que nos escapou em 2008. Falta pouco, e a esperança veste verde, branco e grená.