Assisti a uma reportagem na ESPN em que se dizia que, indagados sobre a possibilidade de título do Fluminense no campeonato brasileiro, os jogadores, unanimemente, respondiam: “sonhar é grátis”.
Na verdade, no entanto, entendi a resposta como um: “vamos comendo pelas beiradas”. E acho que é isso.
Tirar a vantagem de 7 pontos do consistente Palmeiras é muito difícil. Não impossível, mas improvável, ainda que também estejamos numa toada consistente, afinal são 13 jogos de invencibilidade.
Contudo, sonhar, como eles disseram, é grátis, e o Fluminense, como se sabe, é o time das causas improváveis. E não só eles sonham, sonha também o torcedor, ávido por um título nacional depois de 10 anos. E é o que se vê nas arquibancadas do Maracanã com, repetidamente, públicos acima dos quarenta mil espectadores, cativados pelo bom futebol e pela sequência de bons resultados.
Os jogadores vestiram as sandálias da humildade, mas o torcedor não precisa vesti-la, pois é seu o papel de acreditar no seu time quando ninguém mais acredita.
O “Dinizismo”, ainda que arrefecido nas últimas partidas, mantém viva a esperança de dias melhores por vir, e a equipe, mesmo quando desfalcada de personagens de sua espinha dorsal, preserva o equilíbrio e, quase sempre, as vitórias.
As sandálias precisam continuar nos pés de Diniz e de seus comandados. Descalçá-las em hipótese alguma, pois qualquer deslize pode ser fatal, pondo a perder um ano que, desde a assunção de Diniz, vem sendo “mágico”. Por isso é preciso continuar comendo pelas beiradas, esperando pela confluência de circunstâncias que nos levem à conquista do campeonato, sem esquecer, é claro, da Copa do Brasil, onde a possibilidade de título – e de encher o cofre – está logo ali, a poucos jogos.
Sonhemos com os dois títulos, por que não? Afinal, sonhar é grátis e o céu de glórias, distante há tantos anos, é logo ali, ao alcance das mãos Tricolores, erguidas ao nosso João de Deus.