Ficam de lado as análises geralmente pretensiosas das nanocelebridades. E também os louros de quem queira se autocapitalizar pelo resultado. Seria ridículo tentar explicar o inexplicável, o apoteótico, o inesperado maravilhoso.

O Fluminense viveu fúria, drama e glória, tudo quase ao mesmo tempo na Arena, no jogo mais emocionante do Brasileirão até aqui.

Começou destroçado, nocauteado, pisoteado com três gols em menos de meia hora. Todos tememos o pior: uma goleada humilhante e, até ali, justa. Mas então vieram a luta tricolor e também a falha clamorosa do goleiro Julio César, herói tricolor ano passado em sua partida de despedida. O 3 a 2 deu confiança ao Flu no intervalo.

Na volta, o empate e uma larga pressão do Flu. Atônito, o Grêmio tentava se recompor, sem sucesso. E então veio a virada no pênalti cobrado por Pedro – eu não me lembro da última vez em que o Fluminense virou um jogo depois de estar perdendo por 3 a 0.

Só dava Flu pelo campo, mas perto do fim o Grêmio, sempre valente, jogou suas fichas e conseguiu novamente igualar o marcador. Veio para cima e Rodolfo evitou dois gols. O Fluminense olhou para seu passado de grandes estandartes no término das partidas e, já nos acréscimos, González acertou um chutaço – desviado pelo eterno rubro-negro Leonardo Moura – no canto direito de Júlio. O final da partida parecia uma decisão de campeonato de antigamente.

Veio a primeira vitória no Brasileirão, mas ela não foi apenas isso. Ao reverter um resultado quase impossível e se tornar um dos únicos times do mundo a marcar cinco gols na Arena, o Fluminense neste domingo se reencontrou consigo mesmo. Uma noite, somente uma noite, para se esquecer dos inúmeros problemas extracampo que o clube tem – e que serão maiores a partir de junho, independentemente de quem seja o novo presidente.

Um domingo para acreditarmos em nós mesmos, como time, camisa e torcida. Uma noite para sonhar, rir, chorar e se reapaixonar pelas três cores da vida. O futuro é cheio de dúvidas e preocupações, mas vamos celebrar essa noite de apoteose. A gente merece.

NEEEEEEENSEEEEEEEEE

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