O Tricolor foi ao Sul envolto em especulações de que Levir deixaria o clube e após uma derrota frustrante contra a Chapecoense em casa. A vitória, portanto, que veio após um jogo equilibrado contra o Grêmio, não poderia ter vindo em melhor momento, às vésperas de uma importante partida pela Copa do Brasil na próxima quarta-feira.
O Flu foi hoje o que a Chapecoense fora contra ele próprio na última quinta-feira.
O Fluminense, contudo, começou o jogo como se não precisasse vencê-lo, respeitando demais um time que acabara de perder seu treinador. Encolheu-se tanto, que deu ao Grêmio todas as oportunidades da partida até então – primeiro quarto de jogo -, a melhor delas aos 13`, com boa intervenção de Júlio César que evitou que a bola chegasse ao atacante gaúcho em condições para concluir livre.
Permissivo, o Flu assistia ao Grêmio jogar e concluir em direção ao gol, ainda que sem perigo real – foram seis ou sete finalizações gremistas na primeira metade do primeiro tempo, contra apenas uma do Tricolor, numa falta mal cobrada por Scarpa, aos 20`. Reflexos de um meio de campo que não criava e de um atacante inoperante, representado pelo terrível Henrique Dourado.
Tudo o que não havia feito até então, porém, fez num único e feliz lance aos 39`: após retomada de bola no meio de campo tricolor, Marco Junio, sumido na partida, fez belíssima enfiada entre gremistas para Scarpa que, livre, diante de Marcelo Grohe, tocou na sua saída para fazer o gol Fluminense.
Aos 46`, W. Silva fez uma falta absolutamente irresponsável e desnecessária quase na risca da grande área, que só não resultou em perigo maior de gol, porque foi mal executada.
O Grêmio, assim, teve mais posse de bola, mais presença de ataque, mas esbarrou em sua péssima fase e no nervosismo diante de uma torcida aflita. O Flu, por sua vez, foi o time de uma única oportunidade que, bem executada, resultou em gol.
Assim terminou a primeira etapa, com o Grêmio pressionado pela torcida, circunstância que foi bem aproveitada pelo Fluminense durante o segundo tempo e lhe garantiu a vitória na Arena, a primeira desde a sua construção.
Como não poderia deixar de ser, Levir começou o segundo tempo com novidades: Marquinho no lugar de Dourado, visivelmente pretendendo garantir o resultado. Não chiei, porque qualquer um seria melhor que o nosso inepto atacante.
O Grêmio deixou a pressão da torcida de lado e partiu para cima, como fizera na primeira parte do jogo, perdendo uma ótima oportunidade aos 9`, após um cruzamento que, traiçoeiramente, não encontrou a cabeça de ninguém e parou numa boa defesa de J. César. Aos 12`, perdeu outra boa chance após um escanteio.
Aos 15`, o Flu fez sua primeira boa jogada, numa troca de passes entre Scarpa e M. Junio, que terminou na finalização deste último para boa defesa de Grohe. M. Junio vinha melhor que no primeiro tempo, mas Levir entendeu por bem trocá-lo logo em seguida por Richarlisson.
Aos 22`, J. César quase foi novamente traído numa cobrança de falta de Douglas. O Grêmio continuava com mais posse de bola, mas o Flu estava bem postado em campo. E a pressão da torcida, a partir dos 25`, passou a ser mais um fator favorável ao Fluminense, que só precisava administrar com inteligência a vitória parcial diante de um adversário desestruturado psicologicamente.
A entrada de Marquinho foi importante para dar ao Flu mais consistência no meio, melhor recomposição e tranquilidade à equipe, que se defendia bem e saía em contra-ataques. Num deles, Scarpa sofreu falta que cobrou rapidamente para o próprio Marquinho, que perdeu a melhor oportunidade do Flu na partida chutando livre por cima do travessão de Grohe, aos 38`.
O Tricolor fez seu gol quando foi pior na partida, mas venceu com justiça.
Aliás, vencer o Grêmio em casa, mesmo mal das pernas, é sempre um feito. E um destaque, ou dois, que não costumam ser destaques: Gum e Henrique, que foram impecáveis na defesa. Junto à galeria dos melhores do Flu, também J. César e Scarpa.
As mudanças de Levir, dessa vez foram corretas e o Tricolor obteve essa importante vitória, para a qual também contribuiu um pressionado Grêmio que não se encontrou em campo.
Como enfrentaremos o Corinthians pela Copa do Brasil, e diante do retrospecto recente de vitória sobre os grandes, quem sabe a sorte não nos bafejará na quarta-feira?
A gangorra tricolor continua a pleno vapor, mas que esteja no alto com mais frequëncia doravante.
Panorama Tricolor
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