Primeiro minuto da terça-feira, silêncio de rua e passa no Canal Brasil o programa do João Gordo, entrevistando o ator Romeu Evaristo. Para os mais jovens, Romeu é muito conhecido pelo sucesso que fez com o personagem Angolano, do humorístico Zorra Total (agora Zorra), mas para os quarentões e cinquentões ele é a marca da irreverência infanto-juvenil na televisão brasileira, encarnando o inesquecível Saci Pererê do Sítio do Picapau Amarelo. Ressalte-se: Romeu fez muito mais do que isso.
Talk show descontraído, irreverente, Gordo e Romeu começam a falar dos Trapalhões e da figura lendária de Tião Macalé, provavelmente o único humorista brasileiro que além de Costinha não precisava dizer absolutamente nada para que todos caíssem em gargalhadas. E aí o papo cai no futebol: Romeu, torcedor fanático do Fluminense, recorda da verdadeira ojeriza de Macalé ao ouvir o nome do time da Gávea, de sua presença constante nas arquibancadas tricolores, de sua inesperada bitchness nem um pouco enrustida e do time de praia de Tião, o popular Dínamo – onde jogou um dos maiores craques da história da praia, o Lubi, e meu inesquecível amigo Xuru Nunes.
Vamos lá: um dos personagens mais vistos pelas crianças na história da televisão brasileira estava todas as quartas e domingos no Maracanã, acompanhando o Fluzão. Ao lado dele, um dos nossos maiores humoristas de todos os tempos, com sua banguela inesquecível. Os dois lá discutindo se era uma boa Ademílson fazer dupla de zaga com Edinho, se dava pro Amauri compensar a saída do Cláudio Adão (é claro que não dava!) ou, mais tarde, sobre o futuro de Bobô no meio de campo tricolor. Quando o Flu retomou as Laranjeiras para jogos em 1986, Tião Macalé era presença permanente jogo sim, o outro também, geralmente na Young Flu. Nojento! Tchan!
O nosso clube nunca deu bola para estes verdadeiros dois heróis da arte brasileira. Deixamos de aproveitar a enorme popularidade que tinham. Bom, se pensarmos que teve dirigente que até riu da possível destruição de livros sobre o Fluminense…
É, não é de agora que a bicicleta anda torta em Álvaro Chaves, ainda que os atuais tempos sejam tenebrosos demais, a ponto de qualquer crítica ou elogio ser replicada por um eventual flubabaca com primitivismos do tipo “Você é Flusócio!”, “Você não era Mário?”, “Eu sô Celso!” e outras miudezas, como se este divisionismo idiota pudesse reverter o caos das Laranjeiras agora ou mesmo no ano que vem.
Ah, o programa do Gordo é dirigido por André Barcinski, biógrafo dele, jornalista, escritor do caraio, homem de TV e mil artes, tricolor da porra e uma das nossas maiores expressões artísticas. Barcinski, ao lado do amigo Heitor D’Alincourt, dirigiu “Saudações Tricolores”, o primeiro filme da história do Fluminense. É muita história tricolor pra quinze minutos de programa cult na madrugada.
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O que esperar de logo mais? Luta, dificuldade e a eterna aporrinhação de se jogar na altitude. Fazer um resultado que garanta serenidade na volta.
Nós, pobres mortais que atendemos pela alcunha de torcedores – inventada nas nossas próprias arquibancadas – só temos uma opção: torcer praca. O time é fraco, tem problemas, não tem grana, mas só nos resta torcer. Vamos nessa.
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Serenidade, tudo que o Fluminense anda precisando há tempos, mas jamais terá enquanto todos os atores políticos do clube, em especial os da gestão atual, mas também parte considerável dos opositores de agora, não fizerem uma autocrítica profunda.
O clube está devastado, falido, desgovernado a poucos meses dos cem anos do Estádio das Laranjeiras, à beira de uma tragédia. E não vai resolver isso com panfleteiros de redes sociais, mercenários da internet, falácias pernósticas, propaganda enganosa, machões de teclado com peitos de pombo e congêneres. É tudo inútil, com tem sido desde o começo do século XXI e mais precisamente na “Era Facebook”.
Procura-se competência, carisma, dignidade, liderança, diálogo, eficiência administrativa, conhecimento sobre futebol, humildade e paixão. Tratar na Rua Álvaro Chaves, 41.
Em caso de consulta/pesquisa histórica, convém estudar a trajetória da presidência de Manoel Schwartz em todos os seus movimentos.
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Eu achava que ia ficar um longo tempo sem escrever um novo livro sobre o Fluminense, mas não.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel
faça – o, e, não se detenha a narrar – nos a trajetória de sucessivas trapalhadas, desde quando nosso último grande esquadrão se desfizera, 83, 84, e 85..saí do rio, e, tendo visto tudo de 57 até 85, espantado e perplexo, conquanto, coirmãos todos, nossos fregueses, incluindo aí o flamengo em decisões, agora, já não mais. reconstruamos a legenda do pavilhão tantas vêzes campeão, mirando o exemplo não apenas de manoel, todavia de todos os presidentes vencedores ao longo de trajetória gloriosa…