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Escrevo esta coluna antes do jogo entre Fluminense e Goiás, no Maracanã, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. Esperando por uma vitória, claro, para dar continuidade à boa fase. Se possível com gol de Cano, para que a artilharia da competição seja chancelada como fato consumado. Com o time já classificado à fase de grupos da Libertadores do ano que vem, será a oportunidade da torcida tricolor se despedir presencialmente do campeão carioca nesta temporada. Que faça uma bela festa e possa comemorar mais um triunfo.
Apesar de já ter assistido a muitos jogos do Flu contra o alviverde goiano – que sempre se mostrou adversário difícil – um duelo não me sai da memória. Foi o primeiro encontro entre ambos que tenho na memória. E não, eu não estava no Maracanã, ouvia o jogo pelo rádio do carro com meu pai, minha mãe e meus irmãos.
Eu tinha 12 anos em 1976. Era tempo da Máquina Tricolor, bicampeã carioca. Tempo de Rivellino, Doval, Paulo Cézar, Gil, Dirceu e muitos outros. Foi a época em que me apaixonei definitivamente pelo Fluminense. Uma paixão que, creio, durará pela eternidade. Que veio de meu pai e passei para meu filho; que, por sua vez, a passará para meu neto. Coisa de amor e família, se é que me entendem.
Aos domingos, nos anos 1970, meu pai costumava botar a família toda no carro e passear pelos recantos do Rio. Barra, Alto da Boavista, Copacabana (para assistirmos aos jogos de futebol de areia), Praia Vermelha… Que lindas lembranças de uma Cidade Maravilhosa. E nestes passeios, invariavelmente, escutávamos no rádio os jogos do Fluminense – ou de outro time, se fosse o caso de o Tricolor não estar em ação naquela tarde.
Pois bem, na segunda fase do Campeonato Brasileiro daquele ano, o Fluminense caiu no mesmo grupo do Internacional (o melhor time daquela época, que conquistaria o bicampeonato nacional ao término da competição), o Botafogo-SP, o Fortaleza, o América-RN e o Goiás. Inter e o time de Ribeirão Preto já tinham se classificado; ao Flu, bastava um empate com os goianos, no Maraca, para passar de fase.
Foi com apreensão que escutamos no rádio (não me lembro se estava na Globo, Tupi ou Nacional) o Goiás fazer 1 a 0 com um estranho gol de Lincoln – após indecisão do goleiro Renato, que para mim era o “Calcanhar de Aquiles” daquela segunda edição da Máquina do presidente Francisco Horta.
Chegamos ao intervalo em desvantagem. O segundo tempo começou e, a certa altura, Rivellino sofreu pênalti. Carlos Alberto Torres, o Capita, cobrou no cantinho; o goleiro até pulou na direção certa, mas não impediu que a bola chegasse à rede. Alívio no Maracanã e dentro do nosso carro, também. O terminaria com aquele placar e o Fluminense se classificaria para a terceira fase do Brasileirão.
Esse foi o primeiro Flu x Goiás de que me lembro. Uma viagem no tempo. Meus pais e um dos meus dois irmãos já não mais habitam este plano existencial. Mas vivem na minha memória e no meu coração. Assim como o Fluminense, que foi e sempre será um pedaço de nossas vidas. Que Deus nos abençoe a todos.