Acabou há pouco na Serrinha, bairro nobre de Goiânia-GO, a partida pra lá de enlouquecedora entre Goiás e Fluminense. Com reviravoltas, que poderiam ser bem explicadas por Almodóvar, pintadas por Dalí ou executadas em solos como Santana ou Hendrix.
O Fluminense veio numa forte batida, como Joey Jordison em seu Slipknot, deixando dúvidas, mesmo para quem assiste, se é possível algum ser humano realmente executar tantos movimentos por segundo, ele em sua bateria, o time de Diniz com as bolas nos pés.
Cada jogo tem sua peculiaridade e cada qual deriva uma história, mas o como vivenciá-lo, pode gerar desfechos distintos. Hoje talvez fosse jogo para mais meias e menos homens de frente. Hoje poderia ter três zagueiros e nenhum lateral. Só hoje, poderíamos ter jogado com onze em vez de dez, nove, e por aí vai.
Diniz abusou da sorte, brincadeira tem hora, mas que bom que não foi agora. Haverá um dia em que teremos nosso revés, mas esse dia não foi hoje.
Ufa, e não ruf é a interjeição correta para definir essa vitória. Aliás, o ruf quase nos custou caro, mais que seu salário. Nitidamente se trata de uma onomatopéia que chegou ao seu ocaso.
As mexidas tiveram erros e acertos ao mesmo tempo, seguindo o padrão da escalação inicial para a partida. Hoje era dia para Martinelli e não Nonato, dia para Nathan e não Matheus Martins, dia de esquecer Caio Paulista lá em Goiás, por exemplo, mas isso não vai acontecer e, pior, teremos de aprender a conviver com seu sósia ou dublê Marrony, que estreou e, em seu scout, mais escorregou do que jogou. Ai, Jesus. Bom, pelo menos esse outro não entrou.
Willian, que em jogos assim pode ser útil, decidiu finalizando de média distância, umas das boas coisas que detém. Pode somar se aproveitado corretamente.
Cano e Arias mais uma vez deixaram os seus. Estão cansados pela sequência, precisamos de alternativas para eles, quem sabe JK e Araujo, alternadamente.
Como sempre diz Antonio Gonzalez: santa vitória. Nos coloca no bolo do pelotão de cima, mesmo sabendo que desafios intensos se aproximam.
Os gols que sofremos hoje não podem se repetir, sob pena de em partida contra adversários mais fortes, não conseguirmos reverter, nem tampouco sonhar, pois é melhor viver, sabendo que o amor é uma coisa boa, e que coisa boa poder saborear os cento e vinte anos do nosso grande amor, O Tricolor.
Parabéns Fluminense, ‘mesmo usados, moídos, pilados, vendidos, trocados, estamos de pé. Olha nós aí’, parafraseando o Jongo do Irmão Café, que tanto cantei e dancei lá na Serrinha, mas essa em Madureira, comunidade maltratada e querida, do subúrbio carioca, que deu vida ao Prazer da Serrinha e ao Império Serrano, outro grande amor.