O arquivamento do pedido de impugnação do Fla-Flu não causou qualquer surpresa, por mais exótico que tenha sido. E acaba servindo para ridicularizar todos aqueles que, em sua essência bovina, repetem a falácia de que o Fluminense é “o time do tapetão”.
Nosso adversário na questão, sempre contando com a maior rede de simpatia midiática que se tem notícia, ao menos no mundo ocidental do futebol, tem um histórico tão grande de celeumas, “polêmicas” e decisões favoráveis para si que, sem muito esforço, oferece o roteiro pronto de um livro. Já tem gente tratando disso e eu espero que o Catalano também faça.
E agora foi apenas mais uma.
Os títulos imaginários dos livros? “Dois anos em um: o bicampeão unitário” (1979); “Aragalo” (1980); “Meu ladrilheiro feliz” (1981); “Serra Dourada: o jogo que nunca terminou” (1981); “Andrade: não santa” (1982); “O maravilhoso mundo das papeletas Amarelas” (1986); “Copa União: o que ganhei mas não levei” (1987). Isso só para ficar ali pela década de 1980.
Se o caso fosse relatar os tempos recentes, dava até nomes de filmes no estilo pornochanchada moderna: “Flamenguesa: raça, amor e paixão” (2013); “Tem gol pra mais de metro” (2014), e “O impedido” (do mesmo ano). Agora mesmo, acabamos de ver a estreia imaginária de “Esse tapetão é meu” ou, se você preferir, “Barra pesada”.
Todos estes títulos tem algo em comum: o tempero do realismo fantástico, como se fosse o padrão Saramandaia do grande dramaturgo Dias Gomes, um rubro-negro.
Não são segredo para ninguém as relações íntimas do rival com esse verdadeiro mafuá que se tornou a televisão brasileira. No livro “O campeão de audiência”, escrito por Walter Clark, lê-se com facilidade. O autor foi, por muitos anos, o homem mais poderoso da Rede Globo e um dos principais nomes da FAF, a Frente Ampla pelo time da Gávea que catapultou um time em franca decadência em 1977 ao título mundial de 1981. No peito, na raça com muitos craques e também com um enorme trabalho de “bastidores”, assim podemos dizer.
Se você que lê estas linhas foi criança em 1979 e 1980, sabe que ninguém no Rio de Janeiro falava em campeonato brasileiro. Para todos nós, o grande futebol (mesmo) estava nas disputas locais do Rio, de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Mas depois da final da competição nacional de 1980, tudo mudou. A maior rede de TV do país passou até a transmitir no ano seguinte, pela primeira vez, os jogos da Taça Libertadores da América. Pouco tempo mais tarde, lendo, descobri que o nosso Fluminense, o Vasco e o Botafogo já tinham sido campeões brasileiros bem antes. Ninguém dava uma vírgula na TV. Deve ter sido apenas coincidência.
Já a ilustração desta coluna, não: trata-se de Silvestre Soluço – o tio crápula de Penélope Charmosa no famoso desenho animado dos anos 1960, exibido até hoje -, que também atende pelo nome de Tião Gavião.
O sorriso do vilão é a cara da decisão do STJD.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel
Imagem: rap/soluço
Manda chuva é o cara!!!
ST
Momento jabá:
Graças ao canal Tooncast, minha filhinha de seis anos sabe quem são Manda-chuva, Guarda Belo, Falcão Azul, Bionicão, Penélope Charmosa e o Tião Gavião.
Ela acha a Penélope uma chata e torce pro Tião massacrá-la. 🙂
Pelo visto, tem uma nação que torce pelo Tião e pelo Dick Vigarista…
Penélope é gatinha mas uma tremenda mala.