O período de “férias” do futebol é para descansar não só jogadores, mas também a torcida, que passa o ano tensa com tantos jogos, decisões, mudanças, medos, vitórias, um turbilhão de emoções que só o esporte inventado na terra da Rainha pode proporcionar.
Porém, torcedor que é torcedor gosta de ficar ligado nas especulações sobre reforços e dispensas, curte dar uma de vidente e vislumbrar o futuro do seu clube no ano que seguirá e começa a assistir todas as retrospectivas possíveis, rememorando bons e maus momentos que passou no ano anterior.
Em 2014, ano de Copa no Brasil, esperava-se ainda mais. O Brasil deveria estar respirando futebol por todos os lados.
E o que se viu? Caos de infra-estrutura nas cidades-sede, estádios atrasados, pouca movimentação no mercado da bola e…disputas judiciais.
Pouco se falou de futebol.
Era STJD pra cá, advogado para lá, liminar aqui e acolá, denúncias, especulações e muita, mas muita calúnia. Já está até chato ler sobre os motivos que nos levam a crer que algo de muito suspeito ocorreu no eixo Gávea-Canindé. Não vou tratar disso. Quero falar de futebol.
Nessa dúvida entre primeira ou segunda divisão nosso clube, que já não andava bem das pernas no ano passado, tropeçou ainda mais e demorou a se movimentar. Claro que a vinda de Conca antes mesmo do campeonato de 2013 ter terminado foi uma tremenda bola dentro, mas de resto, nos arrastamos até que algo acontecesse. E mais uma vez o grande problema do time não foi sequer tocado: a defesa.
Alguns dizem que fomos campeões em 2010 e 2012, além de 3° em 2011 com estes zagueiros e volantes, mas alguém lembra de ter elogiado os mesmos em algum momento? A última vez que me recordo de ter falado bem da defesa tricolor foi com a presença de Thiago Silva. Lá se vão 5 anos no mínimo. Está certo que não encontraremos um fenômeno com o Monstro, mas algo ao menos aceitável já seria de bom tamanho.
Algo que sempre observei é o seguinte: alguém já leu matéria em que algum time ao menos sondou o Fluminense para tentar contratar o Leandro Euzébio? O Gum eu até vi o São Paulo aventando a possibilidade, mas logo desistiu(e não foi por conta de valores). Isso significa que TODOS os clubes do Brasil, mundo árabe, Japão, Europa, China… tem consciência de que nossos zagueiros não prestam para jogar em um clube grande. Só o Flu/Celso Barros acham o contrário.
Não é possível que nestes últimos anos não tenha surgido na base de Xerém alguém capaz de barrar um dos dois. Penso que não dão chance aos jovens para ganharem experiência e tentarem vôos maiores com a camisa tricolor. Se não temos dinheiro para ir ao mercado, que observemos melhor nossas “jóias” (odeio essa expressão, mas fazer o quê? Virou moda).
A Copa São Paulo de Jrs. mostrou um grupo promissor, com valores, principalmente na parte ofensiva que poderão dar bons frutos ou dinheiro para o clube. Todos os anos temos estado entre as melhores base de todo o mundo, chegando à finais, vencendo campeonatos aqui e no exterior, vide a boa posição na Al Kass Cup. Enquanto isso, os vacilos nas duas primeiras partidas do campeonato carioca já dão sinais claros de que precisamos estar atentos a estes problemas de longa data no time.
O menino Willian (volante) teve boa passagem pelos profissionais, os laterais Ronan e Igor Julião alternaram bons e maus momentos, Michael (atacante) começou bem, mas teve problemas com drogas. Dentre outros, só não tiveram melhor desempenho por terem jogados às pressas em jogos importantes, tendo que resolver tudo na ausência dos mais experientes. O que se deve fazer este ano é lançar os garotos aos poucos e não torná-los a solução para todos os problemas de um dia para o outro.
Logo mais tem outra batalha em Volta Redonda e precisamos vencer de todo jeito, dada a má pontuação atual.
O futuro do Fluminense começa a ser escrito agora.
Panorama Tricolor
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