Amaaigos, amigas, mais uma vitória do Fluminense. São, se não me engano, onze jogos de invencibilidade.
O Fluminense foi, durante os primeiros 45 minutos, o Fluminense do Diniz. Todos aqueles movimentos que a gente já conhece, que os adversários, apesar de também conhecerem, não conseguem anular.
Tivemos o primeiro gol de Nonato, a meu ver legal, anulado. Parece-me inapropriado que uma decisão subjetiva do árbitro de campo seja questionada pelo VAR. Houve falta na origem do lance? Cada um que interprete, mas é aí que está a questão. O árbitro estava em cima do lance. Fez sua interpretação. Por que o VAR tinha que intervir? Estamos dando ao VAR poderes que podem ser deletérios para a integridade moral do nosso futebol, embora eu acredite que tenha sido um erro de procedimento e não de má-fé.
O Fluminense, logo em seguida, fez um gol muito parecido, agora incontestável. E foi até o final da primeira etapa atuando soberano. Só que do outro lado também tem técnico. O Fortaleza inverteu a situação e aniquilou nosso jogo. Méritos do Fortaleza? Sim, muitos, mas o Fluminense sugeriu ter ido para o segundo tempo sem plano de jogo.
Isso era muito evidente quando o Fluminense ora saía com ligações diretas, ora saía com o jogo apoiado lá de trás. Sem contestar o jogo do Fortaleza, que meteu duas bolas na trave, mas o Fluminense colaborou. Não sei se peças cansaram, mas as substituições, tirando a de Ganso, realmente cansado, por Martinelli, foram equivocadas.
E digo que foram equivocadas porque incapazes de mudar o rumo do jogo. A entrada reincidente de Felipe Melo tem sido prejudicial ao Fluminense, assim como a de Marrony. No caso de Marrony a situação é ainda mais grave, porque temos JK, um craque, que deveria ser o substituto natural de Cano, que, ao que tudo indica, também saiu com a língua para fora.
Aonde está o problema? Está em que as substituições estão aniquilando nosso jogo. Não é possível compreender um time que faz um primeiro tempo muito bom e abre mão do seu jogo na segunda etapa, sem tirar, claro, os méritos do Fortaleza, que é um ser totalmente estranho à zona de rebaixamento do brasileiro, ainda mais pela posição que ocupa. Acredito que conseguirá, com muito custo, evitar esse rebaixamento aparentemente iminente.
Quando falo em substituições que aniquilam nosso jogo, basta lembrar do que aconteceu no jogo contra o Bragantino. Depois de 70 minutos de domínio absoluto, Diniz tira Ganso e coloca Felipe Melo. Qual é a lógica? E eu falo isso com toda autoridade do mundo, porque todo mundo sabe que considero Diniz o melhor técnico do Brasil, mas também reconheço que perdemos pontos preciosos no Brasileiro por causa de escolhas nitidamente injustificáveis.
Tirando isso, são onze jogos de invencibilidade e o Fluminense jogando um futebol maravilhoso, que se fez presente no primeiro tempo. Não obstante, Diniz precisa encontrar alternativas que mantenham o Fluminense jogando mesmo quando Ganso não esteja presente. Eu iria com tudo para trazer Daniel de volta. Nenhum jogador no Brasil tem características tão parecidas com as de Ganso quanto Daniel, que, além de tudo, é tricolor, mas isso, agora, é para o ano que vem.
O que podemos fazer agora é evitar a entrada de jogadores que não ajudam a sustentar nossa dinâmica de jogo. É usar os jogadores que podem manter nosso padrão. Felipe Melo e Marrony não são esses homens.
Temos uma decisão de campeonato na segunda contra o Santos na Vila Belmiro. Estou até pensando em fazer uma visita a Santos. Por que é decisão? Porque uma vitória nos colocará em excelente condição no Brasileiro, independentemente dos outros resultados. Porque teremos depois duas semanas cheias de treino. É só lembrar o que Diniz fez com o time com uma semana. Não aconteceu no campeonato de polo aquático com o Juventude, mas aconteceu contra o Atlético MG no Maracanã.
Voltando ao jogo de hoje, tenho, mais uma vez, que reiterar que o Fluminense não deveria ter mudado sua forma de jogar na segunda etapa. Ah, mas faltavam fôlego e peças. Eu até entendo a questão do fôlego, mas a escolha das peças foi errada. Ah, mas era o Fortaleza! Concordo! Mas isso não muda nada. Não é a primeira vez que o Fluminense tem queda no nível do jogo na segunda etapa depois das substituições. Então o problema é com elas, logo é necessário mudá-las.
O Fluminense já mostrou que se perde quando abre mão de seu modelo de jogo. Então, o desafio é escolher as peças certas para mantê-lo.
No mais, estão todos de parabéns. O Fluminense faz um lindo trabalho em 2022. As críticas só existem porque são necessárias, vindo da crônica esportiva nativa, vindas da arquibancada. E nós sabemos bem que a arquibancada foi decisiva para o momento que estamos vivendo. Podemos ter um ano maravilhoso, inesquecível, mas as decisões precisam ser corretas.
Salve o Fluminense! Salve Fernando Diniz! Que o desfecho seja apoteótico, do tamanho do Prêmio Nobel do Esporte!
Saudações Tricolores!