O Sr. Jackson Vasconcelos – que tem Vasco até no nome – desde o início da boa gestão Peter Siemsen é seu principal assessor, ocupando atualmente um cargo estratégico (diretor-executivo) e, dizem, com boa remuneração , para ajudar o presidente a gerir o Fluminense.
Nunca foi um nome de consenso entre os grupos políticos que apoiaram e construíram as chapas que elegeram e reelegeram Peter presidente. Mas era o nome de confiança do presidente.
A primeira grande rejeição ao assessor é por ele ser um torcedor do Vasco.
Imaginem em São Januário, hoje ou em qualquer momento, o principal nome da diretoria ser torcedor do Flamengo ou do Fluminense. E do Flamengo, esse nome ser torcedor do Vasco? Pois bem, essa sempre foi a realidade recente no Fluminense.
Isso tem sido jogado para debaixo do tapete por entendermos que o Peter faz uma excelente gestão – sob minha visão e de outrem – e muitos de dentro do clube falavam que ele era um “mal necessário”, principalmente na redução de gastos e uma política financeira draconiana. Não sei se é verdade e nem estou aqui para crucificações. Mas o fato é que seu nome nunca foi bem digerido. Nunca.
Hoje, fomos pegos de surpresa com a entrevista do candidato à presidência vascaína Julio Brant ao blog do Rica Perrone, citando nominalmente o Sr. Jackson como um dos seus estrategistas de campanha.
Isso mesmo: o diretor-executivo do Fluminense foi citado com um dos estrategistas de uma campanha do Vasco para as eleições que devem (ou ainda podem) ocorrer nesta quarta. Amanhã. É isso mesmo!
Fui questioná-lo no Twitter sobre o fato e a resposta foi pior ainda:
“@mvinicaldeira Investigue os fatos. Não estou na eleição do Vasco e também não estou preocupado com o meu contrato com o Fluminense.”
Imagine, o cara é contratado do clube e não está preocupado com o seu contrato. É como se meu chefe viesse me cobrar algo e respondesse: “Cara, não estou preocupado com o meu emprego”. Surreal.
E continua.
Vejam um twitter posterior:
Já não é por ele ser vascaíno, embora, eu já teria grande objeção a um vascaíno, flamenguista ou botafoguense tocando o destino da minha paixão por razões óbvias.
Não sei se o caso é de um mal necessário, como alguns dizem, mas na vida ninguém é insubstituível: esse senhor não é.
Se, na política, a sua empresa de consultoria política presta serviços a diversos candidatos de diversas matizes (nem sei se acontece e esse não é objetivo aqui), tudo bem, o meio político é isso aí mesmo, embora eu eticamente nunca faria isso.
Agora, se pretendia trabalhar pelo Vasco, no que tinha todo direito, bastava ter se demitido do Fluminense – e então aí não estaria configurado um claro conflito de interesses, tratado com deboche e insensatez pelo próprio ao referir-se a ele como “frisson”.
O fato é que a maior obra feita por um homem na cidade do Rio de Janeiro, o Fluminense Football Club, deve ser gerida, no mínimo, por quem tem o mínimo de preocupação com sua função nela. Nunca por quem nem está nem aí para se vai continuar ou não ou que tenha o mínimo de amor e carinho com o clube.
Desnecessário falar sobre o completo absurdo que é o conflito de interesses declarado nesta situação.
Se é só por grana, que saia logo do clube. Passou da hora. Espera-se o bom senso.
Adeus e até nunca mais, Sr. Jackson Vasconcelos.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @mvinicaldeira
Imagem: twitter
Nota: o PANORAMA está aberto ao direito de resposta e manifestação do Sr. Jackson Vasconcelos, caso o mesmo julgue conveniente ou necessário.
A torcida do FFC tem capacidade cognitiva mais aguçada que as demais… JV “ganha” a eleição no seu time de coração, vai-se embora, lá trabalhar, leva consigo informações estratégicas e sigilosas; o que será que JV vai fazer? Usá-las na guerra de foice no escuro entre os rivais? Agir eticamente, fingir que não sabe de nada que possa trazer vantagens para seu time de coração frente ao rival? Moral da estória: Cadeiras chave do FFC deveriam ser lugares cativos para quem tem o Fluminense na veia.