Amigos, amigas, foi um sábado didático para o Fluminense, bastante significativo para o fim de análise das nossas possibilidades.
Devemos começar pelas derrotas de Vasco e Goiás, ambas em casa, para Bahia e Palmeiras, respectivamente. Os dois resultados são indicadores claros de quais são nossos adversários na luta contra o rebaixamento.
É, infelizmente, precisamos nos resignar com essa luta, repetindo o que aconteceu nos últimos quatro anos e cinco vezes nos últimos seis. Aliás, mesmo no período Unimed, a única vez em que passamos três anos sem brigar contra o descenso foi no período 2010/2012, quando houve uma brutal intensificação do investimento da patrocinadora e até alguma lógica na gestão do futebol.
Tudo isso mostra que o problema de gestão do futebol é crônico, com ou sem dinheiro. Gestão política, disputa por poder e falta de um projeto de médio e longo prazo, exceto o projeto Xerém, que é mais comercial do que esportivo, são as marcas do Fluminense no século XXI, algo que precisa ser mudado, mas há pouca esperança quanto a isso.
A derrota em casa do Fortaleza, para o próprio Fluminense, é outro sinal. Muita impetuosidade no começo do jogo, mas perda do controle da partida durante a maior parte dos 90 minutos, foram a marca do Fortaleza, um time que promete sofrer muito até o final do campeonato.
O Botafogo precisa ser analisado com mais calma. Por ora, nossa briga é aquela que o sábado mostrou com clareza. Goiás, Fortaleza e Vasco são nossos adversários. Não acredito no Ceará nessa briga, mas é bom ficarmos atentos.
A grande notícia nessa história toda é o Cruzeiro. Assisti à goleada do Grêmio em pleno Horto, em Belo Horizonte, com um passeio. A defesa do Cruzeiro é um convite aos ataques adversários. Até aqui todos poupamos o Cruzeiro, sempre achando que mais cedo ou mais tarde a Raposa decolaria de vez no campeonato.
O que vi hoje mostra claramente que isso não vai acontecer. E os dois próximos jogos do Cruzeiro são contra Palmeiras e Flamengo. Depois, joga duas partidas seguidas fora de casa, contra Goiás e Ceará. Então, Cruzeiro na briga e grandes possibilidades do Fluminense sair do Z-4 ainda no primeiro turno.
O jogo deste sábado teve alguns indicadores. O Fluminense de Osvaldo é pior que o Fluminense de Diniz, pelo menos até agora. Mesmo assim, continua não deixando nada a dever aos adversários mencionados. Isso quer dizer que o resultado esperado é possível de ser alcançado, qual seja a permanência na Série A.
Meu receio é de que o Fluminense, com o passar do tempo, vá perdendo as valências táticas construídas por Fernando Diniz. Ao contrário do que muitos insistem em dizer, sem a menor lógica futebolística, posse de bola, futebol vistoso e criação de oportunidades em profusão são fatores altamente positivos, que o digam o Flamengo de Jesus e o Santos de Sampaoli.
A questão é que, quando diante de uma arbitragem tendenciosa, até mesmo o Santos, de Sampaoli, sucumbiu, tendo um jogador injustamente expulso aos dois minutos de jogo contra o Cruzeiro.
Com o Fluminense da era Diniz, foram para lá de nove pontos perdidos com a arbitragem. Erros esses sem os quais teríamos uma outra história no Campeonato Brasileiro. A começar pela estreia contra o Goiás. Houvéssemos vencido a partida, em que fomos garfados, sem a menor cerimônia, dentro do Maracanã, o astral teria sido outro.
Estiveram ausentes no jogo deste sábado duas variáveis importantes no esforço do stablishment para nos rebaixar: VAR e Sobrenatural de Almeida. Dessa vez, foi o Gravatinha quem prevaleceu, incorporando em Muriel e promovendo uma série de milagres.
Para se ter uma ideia, o Fortaleza criou quatro oportunidades claras de gol em quatro minutos, três delas salvas com grandes defesas do goleirão. Em dez minutos de partida, o Fortaleza havia finalizado oito vezes a gol, contra nenhuma do Fluminense.
É bem verdade que o Fluminense andou perdendo grandes oportunidades, mas vazou a meta cearense duas vezes, ao contrário dos outros jogos. Sim, teve arbitragem atuando contra nós, mas quando a fatura estava praticamente liquidada, anulando o segundo gol, legítimo, de João Pedro. Aliás, um lindo gol, num lance em que, mais uma vez, o VAR não se manifestou.
Então, devemos ficar atentos nos próximos jogos, pois sem o VAR e o Sobrenatural de Almeida jogando contra, teremos boas chances de alcançar nosso melancólico objetivo em 2019.
São mais nove pontos em disputa fora de casa. Quatro ou cinco pontos serão bem vindos, pois nossos adversários diretos jogarão apenas duas vezes até o final da primeira rodada do returno, quando enfrentaremos o Goiás fora de casa.
Sim, é verdade que chegaremos aos 19 ou 20 pontos e que continuaremos na zona de rebaixamento, mas é pouco provável que não diminuamos a distância para nossos adversários com esse resultado. E nossa tarefa é essa: reduzir a distância a cada pacote de três ou quatro jogos.
Amigas, amigos, é o que temos para o momento. De resto, só uma verdadeira revolução no futebol brasileiro para mudar o quadro atual. Falaremos sobre isso assim que a agenda do Campeonato Brasileiro permitir.
Nesta segunda-feira, estarei no programa do PANORAMA com P.R. Andel e companhia. Conto com a presença de vocês. A transmissão, ao vivo, a partir das 19h, é pelo Facebook do nosso blog.
Saudações Tricolores!
Panorama Tricolor
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