Amigos, amigas, o Fluminense dos últimos jogos não tem a menor chance de avançar na Copa do Brasil. Os 20 minutos enganosos contra a Chapecoense fizeram reviver uma rotina à qual já nos acostumamos. A esperança de um jogo diferente se esvai com o passar dos minutos e o recuo quase sempre inevitável. A diferença são os dois gols marcados no bom momento tricolor, que garantiram a vitória sofrida contra o lanterna do campeonato, com a pior campanha do primeiro turno na história dos pontos corridos.
Tínhamos dito que o início da Era Marcão era marcado por um desafio, que consistia em conceder ao Fluminense a sobrevivência nas duas competições das quais ainda participa. Marcão houve-se bem até aqui. Mantivemos a chance de avançar na Copa do Brasil, embora em condições pouco vantajosas, e no Brasileiro conseguimos avançar das proximidades da zona de rebaixamento para as imediações do G-6.
Resta ainda a partida contra o São Paulo pelo Brasileiro, que pode nos levar para uma posição ainda melhor na competição, mas logo depois vem o jogo de nossas vidas, que nos impõe uma solução disruptiva para que tenhamos chances reais de avançar na Copa do Brasil. O Fluminense não imporá constrangimentos ao Atlético MG a partir dessa ideia cultivada por Marcão, em que sai Fred, entra Bobadilla, sai Bobadilla, volta Fred.
O último arroubo disruptivo, proporcionado por Roger Machado, foi implantar o sistema com três volantes, que ao menos qualificou nossa saída de bola. É importante salientar, no entanto, que o sucesso dessa solução passava por Ganso. Era a peça que garantia uma transição qualificada, com posse de bola, controle de jogo e soluções ofensivas. Com a lesão de Ganso, Marcão legou apenas os três volantes e não conseguiu encontrar até agora uma solução satisfatória para que possamos resgatar essas valências.
Precisamos de três homens de frente com características que incluem: imposição física, mobilidade, capacidade criativa e poder de finalização. Eu vejo cinco nomes capazes de entregar essas capacidades à equipe: John Arias, Luís Henrique, Gabriel Teixeira, Caio Paulista e John Kenedy. Com boa vontade, saindo da má fase, Abel Hernández. Nem vou falar das laterais porque ali não podemos cravar opções aos titulares, embora eu tenha simpatia por uma nova chance para Callegari e pelo deslocamento de Luís Henrique para a lateral-esquerda.
Disruptivo seria, por exemplo, termos JK e Caio Paulista formando uma dupla de ataque contra o São Paulo, recebendo o apoio de Arias (caso possa jogar), Luís Henrique ou Gabriel Teixeira (esse acho que não será relacionado).
Com uma formação parecida com essa, no 4-3-2-1 ou no 4-3-1-2, consigo imaginar um time compacto, que marca saída de bola do adversário, que pressiona, que tem capacidade de contra-atacar e que tem homens capazes de auxiliar os volantes e laterais na construção do jogo, fazendo a conexão com o ataque em diferentes situações da partida.
O momento para fazer isso é contra o São Paulo, para que Marcão possa testar essa nova dinâmica, sem a figura de um pivô, com intensidade, agressividade, velocidade e poder de fogo ofensivo. Quem viu os gols de JK pelo Sub-20, contra o Vasco, deve ter pensado: “é disso que nós precisamos”. Foi o que eu pensei.
Saudações Tricolores!