Assim como na vida, no futebol chegam momentos em que não se pode mais cometer erros. O Fluminense chegou nesse momento. Não adianta ficar apontando os erros do Fernando Diniz na escalação inicial e nem nas substituições, se Samuel Xavier foi inconsequente no lance da expulsão, se PH Ganso cansou, se Marcelo falhou no segundo gol do Internacional… parou, chega, isso acabou. Agora zerou tudo.
O sonho dos tricolores vai estar nos noventa minutos em Porto Alegre… ou na decisão por pênaltis se persistir o empate, o que seria uma maldade com os nossos corações. Mas há uma máxima que diz: para um tricolor nada é fácil, nada mesmo. Ainda mais em se tratando da disputa de uma vaga na final da Libertadores.
O primeiro jogo, já tão decantado, não foi uma tragédia. Acabou que o empate não foi tão ruim assim. Poderíamos estar liquidados nesse momento. Tudo começou com aquela ventania horrorosa no final da manhã destruindo o mosaico preparado pelos torcedores durante toda a madrugada. No final, até o improviso ficou bacana. A torcida mais uma vez deu um show.
E por falar em show, seria injusto apostar todas as fichas num jogador apenas. Só que é nítido, para nossa felicidade e desespero dos adversários, que German Cano vive um momento iluminado, mágico. O que ficou comprovado nos dois gols marcados e, principalmente, no segundo. Eram oito colorados contra três tricolores dentro da área. Nino também foi decisivo e inteligente com aquela cabeçada. O argentino, sempre certeiro, arremata do jeito que a bola vem. Como todo craque que se preza.
É isso, tricolores. Não podemos mais errar e o adversário também não pode. Numa decisão vence quem souber dosar os nervos, não errar e aproveitar as oportunidades. Falei do Cano e cito o não menos importante Fábio. Aos 43 anos, vem dando uma aula de precisão e liderança lá na defesa. Precisamos disso!
No Beira-Rio as dificuldades serão grandes, certamente. Só que o Fluminense não pode e não deve pensar dessa maneira. É decisão e o time precisa arriscar tudo, destemido. Afinal, é assim que agem os guerreiros nas batalhas mais difíceis, com inteligência e uma boa dose de frieza.