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Tricolores de sangue grená, o Fluminense me cansa. É muito desgastante escrever uma coluna sobre otimismo e receber de presente uma semana como a que tivemos. Depois de até fazer uma graça contra o fraquíssimo Botafogo, tivemos um verdadeiro show de horrores na quarta-feira, ao ver aquela exibição lamentável contra a Portuguesa. Nosso adversário teve chances claras de gol e ainda foi prejudicado pela arbitragem, que não marcou pênalti claro de Gum no fim do primeiro tempo. O empate ficou muito barato para nós, e até nosso treinador declarou que foi injusto com a Portuguesa. Depois, jogou a toalha e falou que a classificação ficou difícil. Bela maneira de injetar ânimo num grupo que ainda não venceu esse ano, não é?
Todos sabíamos, é claro, que dificuldades como essas seriam inerentes a um time em formação. Já cansamos de perder para pequenos no Carioca, inclusive de goleada, simplesmente porque os caras treinam desde novembro e nós tivemos uma semana e meia de pré-temporada. O diferencial esse ano é que estamos tomando vareio técnico usando o time que será o titular. Geralmente quando sofremos algum revés em início de temporada para times de menor investimento há alguma explicação mais plausível, como o uso de um time misto, por exemplo. Este ano, infelizmente, não é o caso.
Não vou chegar ao ponto de falar que este time titular é o definitivo, até porque não entraram ainda o volante Airton, o lateral Léo e o goleiro De Amores, tampouco aqueles que ainda teremos que contratar, vide as imensas carências que possuímos. Se vierem Valenzuela e algum centro-avante (#Gigliottinoflu) para o lugar de Dourado, que pelo visto vai sair mesmo, além de mais algumas peças para encorpar o time, é possível que as coisas melhorem lá para abril ou maio. Porém, não sei se apenas a chegada de jogadores irá resolver nosso principal problema: o extracampo.
Todos sabem minha opinião sobre o Abel. Conforme deixei claro no final do ano passado, eu não teria renovado seu contrato. Mas sei porque o fizeram: é ele que está segurando as bases da casa tricolor enquanto o tsunami de merda que estamos vivendo tenta derrubá-la. Nossa imagem está extremamente dilapidada. Não bastasse tudo o que já rolou nesse mês de janeiro, Autuori declarou que se não houver pagamento dia 31 de janeiro na conta dos atletas, ele pedirá o boné. Eu não sei quanto a vocês, mas o que impediria todos abandonarem o barco se o suposto comandante geral será o primeiro a fazê-lo?
Porra, calem as suas malditas bocas! Parem de dar entrevistas! Parem de emendar desculpas esfarrapadas que não cabem, ou que não resolvem o problema! Parem de dar motivos para a imprensa marrom se banquetear às nossas custas com manchetes que só irritam o torcedor tricolor! Será que já não foi o bastante tudo o que aconteceu até aqui? Fala-se tanto em estancar a sangria financeira, mas quando será estancada a sangria histórica? Cada palavra errada, cada ação de marketing furada, cada decisão tomada sem medir as consequências faz com que nosso nome se dissolva e escorra por entre os dedos. É hora de dar um basta!
Hoje temos uma partida importantíssima contra o Madureira para ver se saímos da absurda posição de vice-lanterna do campeonato. Não teremos o Sornoza, expulso, e vamos improvisar algum volante para jogar de meia porque não temos meias suplentes (bizarro isso). Deve entrar o Caio. O importante é tentar mostrar algum futebol e lutar pela vitória. Um time com as conquistas do Fluminense em âmbito estadual não pode se contentar em desistir de se classificar para as semifinais da competição até a matemática atestar que não dá mais, muito menos se conformar em ficar na lanterna do Carioca e achar tranquilo só porque não tem rebaixamento para os grandes. Olho vivo!
Curtas:
– É nossa obrigação ganharmos os dois jogos que restam no Carioca. Não há como aceitar menos do que isso. Se vai ser o suficiente para classificar ou não, são outros quinhentos.
– Falar menos, fazer mais. Ser transparente com o torcedor (de quanto afinal é o patrocínio master da Valle Express?), buscar reforços para o time e tentar aos poucos recuperar a imagem e a credibilidade perdida. Essas são as medidas mais urgentes a serem tomadas.
– Quarta-feira tem a Caldense pela frente. Numa situação normal, eu estaria tranquilo para esse jogo. Depois do que vi contra a Portuguesa, temo novo vexame. Queime a minha língua, Abel! Quero ver esse time jogar futebol esse ano e vencer!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
#JuntosPeloFlu
Imagem: ali