Fluminense 4 x 2 Criciúma (por Paulo-Roberto Andel)

Futebol é mergulhar na surpresa. São nuances, detalhes. Um partidaço pode terminar em zero a zero. É possível jogar muito bem e não vencer. Noutras, golear sem convencer. Qualquer semelhança sobre os 4 x 2 de ontem não é mera coincidência. Importante mesmo foi conquistar os três pontos rumo à segurança.

Num jogo ruim de doer no primeiro tempo, o finalzinho salvou: o Criciúma abriu o placar e logo sofreu o empate, com méritos para Wagner – acreditou até o fim e finalizou na última tacada. Quase nada escapou nos 45 minutos iniciais. O Fluminense lento, licoroso, previsível, diante de um adversário fragilíssimo.

Na volta do intervalo, a modorra foi temporariamente quebrada por gols rápidos. O chute de Wagner e a finalização de Conca, na raça, poderiam até acabar com o jogo se o Fluminense tivesse um time arrumado. Ledo engano: o time catarinense recobrou forças, descontou no marcador e passou a pressionar. Claro, o Tricolor com seus eternos erros, Wagner fora por cansaço, o ataque sonolento, falta de criação. Os mesmos problemas de sempre. Ainda bem que o Bruno deles, goleiro, foi amigo no segundo e terceiro gols. O nosso, sempre persistente em subverter as leis da Física. As mudanças de Cristóvão foram inócuas, assim como a incrível entrada de Carlinhos. Nem o dono da investidora tem paciência mais com alguns de seus xodós.

Quando o Criciúma ameaçava de vez, apesar de suas comoventes limitações – nosso recuo de sempre, a falta de gás -, o alívio chegou na marcação do pênalti no fim do jogo. Fred converteu, agradou quem acredita em sua condição de jogador mais decisivo do Brasileiro e, com tamanha performance, é claro que o Fluminense chegou a impactantes duas vitórias em onze jogos mais recentes. Bravo!

Bom demais ver nosso amigo Davyds estreando no Maracanã aos sete anos de idade, ganhando o carinho de todos, encantando-se com a magia do futebol. Ela permanece enquanto vemos em tudo o momento lúdico, o prazer. O conceito de time, onde todos são amigos e lutam pelo objetivo comum. Feliz, Davyds não percebeu o estranhamento de alguns jogadores na hora dos nossos gols. É melhor ser criança do que viver a face cruel do mundo adulto. Muito, mas muito melhor.

O zagueiro Guilherme estreou bem. Conca luta demais, rei da garra. Wagner correu até cansar. Rafinha bem, Edson regular, Marlon um monstro natural. Walter foi bem, mas vi exagero nos elogios. Sem hipérboles.

Faltam três pontos. Esperamos os próximos dias para saber se alguns jogadores insistirão em falar novas besteiras. O Santos não será essa moleza de Criciúma, pois.

Vencer foi ótimo, mas a partida não foi boa. Quem paga ágio é otário, dizia o ministro. Faltam três pontos, exceto no mundo da lua.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: pra/davyds duarte

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