Com uma escalação totalmente desconectada da realidade, em um jogo que deveria ser um teaser para vender o time para o Brasil e o mundo, Abel preferiu contemporizar ou compor alguma situação, atendendo a pedidos. Toca, Raul.
Sem meio campo, que é o lugar dos craques, como já dizia Nando Reis, o Fluminense, sentenciado por Süssekind, nas internas, que dessa forma seria por demais desagradável, mas não pude reproduzir aqui o que foi escrito, seria inapropriado, mesmo sendo importante dizer.
E assim foi, na verdade, não foi. Éramos um amontoado de aleatoriedades sem qualquer lógica ou objetivo-função no relvado. Enquanto o Vila Nova, da icônica almofada de Mauro Jácome, se impôs física e estrategicamente, chegando aos dois a zero com gols de Rafael Donato, de cabeça após sequências de escanteios e Pablo Dyego, ex-Flu, completando cruzamento, aos doze minutos do segundo tempo.
Com Ganso em campo desde o início da segunda etapa e com as associações de jogadas, mesmo com Fred também em campo, o Fluminense, assim, resolveu subir todo seu contingente ao ataque em busca do triunfo.
Com o revés e salva de vaias no Maracanã, eis que a pressão e o abafa começaram a funcionar. Willian busca o contato com o joelho de Renato Silveira dentro da área, pênalti. Ganso bate com maestria um mini-foguete, que toca a trave esquerda e estufa o barbante. Um a dois.
Marlon, que é não é nenhum craque, mas é o melhor lateral esquerdo desse elenco, precisou de menos de um minuto para acertar um cruzamento que buscou, após corta-luz de Fred, Germán Cano na área, que empatou a peleja.
Por fim, em uma jogada de improvisação dos jogadores, Nino desconcertou seu marcador, como um ponta direita à Cafuringa, tentou um cruzamento, que resvalou na defesa mas ficou ainda com posse do Fluminense, que insistiu e persistiu na jogada, até que a bola sobrou nos pés de Nonato. Este deslocou a marcação e deu um totozinho para Fred, dentro da área, enfim marcar seu primeiro gol na temporada 2022. Agora faltam apenas mais dois para que ele complete os duzentos tentos com a camisa tricolor na carreira.
No jogo de volta, nada de facilidades. Será ainda mais complicado, em um Serra Dourado que deve lotar para receber o Fluminense. Lá o Vila Nova deve oferecer ainda mais. Ébom que o Abel comece a fazer o óbvio e ululante, realizando menos concessões, isso se quiser mesmo classificar o Fluminense entre os grandes desta temporada.
Uma coisa vou seguir defendendo: é possível jogar muito melhor com esse elenco que está no Fluminense, sem abrir mão de vários jogadores herdados ainda pela gestão anterior, como Nino, Ganso, Marlon, além dos jogadores da base, como André, Martinelli, Calegari. É possível extrair mais, no que também estou certo de que não será com Abel Braga e nem com essa gestão.