Amigos, amigas, eu não esperava uma exibição de valsa vienense na noite de ontem no Engenhão. Ao contrário, fui ao estádio preocupado com a possibilidade de um jogo problemático, que foi o que se viu durante os 90 minutos, em que o Fluminense nunca deixou de ser ameaçado pelo razoável time do Olímpia, que não me parece superior ao adversário anterior, o Millonarios.
Esse time que funciona 80% à base de transpiração não me traz segurança, ao contrário do time dos fins de semana, que parece orientado para nos divertir com exibições desconsertantes, que nos fazem acreditar que a vida valha a pena ser vivida.
Mas não quero ficar no terreno das críticas negativas, porque o Fluminense até conseguiu imprimir, no início da partida, um jogo de pressão, fazendo com que o jogo transcorresse no campo adversário. Com a transpiração estava muito além da inspiração, nosso primeiro gol saiu de uma bola parada, aparentemente muito bem ensaiada. Luís Henrique desvia no primeiro poste e Cano mete a cabeça para abrir o placar.
Começa aí o dilema acerca de qual “L” devemos fazer. Talvez o justo seja fazermos o tradicional “L” do Cano e também o “L” do Luís Henrique., mas isso é um assunto para ser melhor desenvolvido daqui a pouco.
O fato é que, com 1 a 0 no placar, o Fluminense deu campo para o adversário, sem obter com isso qualquer contrapartida. Jogávamos mal e não conseguíamos levar a bola de forma segura para além da linha central do campo, a partir de onde éramos desarmados. O que não se esperava era que Fábio sofresse um apagão e desse um dos presentes mais improváveis para o adversário apenas empurrar a bola para o gol, quando a mesma estava em seu domínio.
Vamos falar a verdade, Fábio, depois desse momento deplorável, fez três defesas importantíssimas, sem as quais poderíamos ter complicado terrivelmente o caminho para a classificação para a fase de grupos da Libertadores, mas o fato é que o time A do Fluminense terminou o primeiro tempo quase que repetindo uma rotina, que é a de desapontar os torcedores, no caso de hoje quase 40 mil pessoas que tomaram nosso salão de festas, o Engenhão, hoje estádio Nílton Santos, amém.
Pare da torcida vaia o time na saída para o intervalo, com justa razão. O segundo tempo prometia muito sofrimento, mas aí reaparece a genialidade mágica de Luís Henrique, que faz jogada descomunal pela direita, entorta os zagueiros e até os dirigentes do Olímpia para finalizar de forma magistral, assinalando um golaço com 2 minutos de jogo.
Foi esse gol que criou uma atmosfera para que Germán Cano marcasse o seu segundo na partida, mais uma vez esbanjando o oportunismo do artilheiro, colocando o Fluminense em vantagem de 3 a 1. Após lesão de Luís Henrique, Abel coloca Árias em campo, e o colombiano faz um fuzuê danado na defesa do Olímpia, porém o Fluminense recua e tenta jogar nos contra-ataques.
As substituições feitas por Abel Braga não mudam esse cenário, que poderia ter resultado em uma goleada tricolor ou em um placar mais apertado, já que as poucas oportunidades de gol foram divididas irmãmente entre os dois lados.
s vantagem de dois gols para o jogo no Paraguai e é muito difícil que consigam mudar o rumo da prosa, porque mesmo o time A do Fluminense é muito competitivo, embora longe de provocar suspiros.
Teremos, no entanto, que calçar as duras e feitas sandálias da humildade, porque nossas escolhas não favorecem qualquer ufanismo. Guardemos o ufanismo para o próximo jogo do Time B.
Saudações Tricolores!