Terminada a partida entre o Tricolor e o Coelho, podemos cravar que a escalação final poderia ser a inicial da equipe: Fábio, Samuel, Nino, Marlon e Diogo Barbosa, André, Martinelli, Leo e Arias, Cano e Jota Ká.
Dito isso, o bom América dificultou demais as pretensões do Pó de Arroz desde o apito inicial. Chegaram a perder dois gols com o Fábio batido, uma por responsabilidade da demora na recomposição de todo o sistema a outra pelo próprio goleiro, que entregou mais uma, mas por sorte não sofremos o revés.
Tudo porque nosso primeiro tempo foi terrível: o Fluminense se comportou como um desfile cívico obrigatório em escolas de ensino básico espalhados mundo afora, com o mesmo sem-vontade de levantar cedo num domingo chuvoso.
Após o ôxo da primeira etapa, Fernando Diniz desburocratizou o time, trocando Felipe Melo por Martinelli e Lima por John Kennedy, além do Diogo Barbosa que já havia entrado no posto de Marcelo, que voltou a sentir sua lesão crônica.
A nota de pesar é pelo André, que outra vez, teve de fazer bico de zagueiro, sendo ele provavelmente um dos melhores meio campistas em atividade no futebol brasileiro. Deixa o cavalo do rapaz andar, Diniz.
O risco de inverter o prisma (eufemismo para pirâmide), se deu em contra-ataque americano ainda no início da etapa final, com o excelente Iago Maidana se antecipando a JK e puxando a jogada, construindo até entregar a bola a Rodrigo Varanda que, pela direita, cruzou na a entrada da pequena área para Felipe Azevedo, que estufou o barbante em um a zero para a equipe visitante.
O clube das laranjeiras não se abateu. Poucos minutos depois, Keno acertou seu primeiro cruzamento tentado na partida, achou o homônimo more presidential de Xerém, que de cabeça deixou lá dentro, para explosão de Mauro Jácome.
O gol de empate restaurou o anímico da equipe tricolor, que passou a produzir muito melhor tendo Martinelli e Jota Ká em campo. Até Ganso, muito criticado justamente nas últimas semanas estava mais solto em campo. Com isso, após belo passe de Martinelli, Ganso adiantou na frente, venceu a disputa com o defensor adversário e a bola sobrou para Germán Cano virar para o Flu, tratando de envergar com os dedos a letra L, desta vez para sua filha, que nascera hoje no Rio de Janeiro, de nome Leonella (em homenagem a Leo Messi e Antonella, sua companheira).
Com o placar favorável, o saco de cimento saiu de vez das costas de todos em campo e fora dele.
Logo depois o treinador tricolor, que se divide em ser treinador e escalador da Seleção da CBF, fez sua obra final: trocou Ganso por Leo Fernández e Keno por Marlon, recompondo a defesa e libertando André da precarização do trabalhador, que tem de fazer dupla função, tais quais os motoristas explorados pela máfia dos transportes do Rio de Janeiro, pois além de dirigirem no trânsito caótico e desagradável da cidade, precisam cuidar das catracas e serem os cobradores.
Após a saída do Keno, que não fez uma partida ruim, foi possível perceber a alma de Jhon Arias se elevar. Ele ficou tão feliz e iluminado como Goku se transformando em Super Sayajin, que consiste em concentrar o poder dele e do ambiente, potencializando suas ações. Tanto foi que, em nova jogada individual, após se antecipar e roubar a bola de um defensor alviverde, arrancou em direção ao gol e, da entrada da área, finalizou no cantinho, sem chances para Cavichioli defender, fechando a conta em três a um para o Fluminense, elevando o moral e dando sinais de que temos melhores formas de jogar para o porvir.
##########
Serviço do jogo:
FLUMINENSE 3 x 1 AMÉRICA MG
Campeonato Brasileiro – 20ª Rodada
Maracanã, Rio de Janeiro-RJ
Sábado, 19/08/2023
Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (FIFA/SP)
Cartões amarelos: Jhon Arias 90’+1’ (Fluminense); Everaldo 90’+1’ (América MG)
Gols: John Kennedy 58’, Germán Cano 65’ e Jhon Arias 89’ (Fluminense); Felipe Azevedo 52’ (América MG)
FLUMINENSE: Fábio; Samuel Xavier, Nino©, Felipe Melo (Martinelli 46’) e Marcelo (Diogo Barbosa 12’); André, Lima (John Kennedy46’) e Ganso (Marlon 81’); Jhon Arias, Keno (Léo Fernández 81’) e Germán Cano. Téc.: Fernando Diniz. 4-3-3
AMÉRICA MG: Matheus Cavichioli; Marcinho, Iago Maidana, Esteban Burgos e Danilo Avelar (Marlon Lopes 70’); Javier Méndez Alê 78’), Juninho e Emmanuel Martínez©; Rodrigo Varanda (Everaldo 62’), Felipe Azevedo (Pedrinho 70’) e Gonzalo Mastriani (Mikael 70’). Téc.: Fabian Bustos. 4-3-3