Fluminense 3 x 0 Goiás (por Paulo Tibúrcio)

Não foi fácil. Não foi tranquilo. Como diz um dos refrãos cantado pela torcida, “É (foi) Guerra!”. E guerra não é brincadeira para meninos. O jovem time do Fluminense passou por um difícil teste. Um ponto de inflexão que poderia levar à conquista da experiência necessária para seguir adiante e se fortalecer nos jogos seguintes ou fazer com que a boa trajetória fosse desfeita e nos levasse a momentos de crise. Precisávamos da vitória e da classificação. Precisávamos reverter o placar da partida anterior. E o time tricolor foi valente. Passou pela sua iniciação, ainda que de forma tensa na parte inicial.

Devido a vantagem conseguida no jogo anterior, o Goiás veio para garantir o empate sem gols e se fechou na defesa em uma fortaleza de difícil transposição. Para o Fluminense, só o gol salvava e, por isso, partiu para cima do bastião Alviverde. Na guerra, a estratégia é um dos fatores mais importantes e a utilizada pelo Fluminense no primeiro tempo foi errada. Importante ressaltar a característica de um torneio como a Copa do Brasil, decidido a partir de rodadas de eliminação, o famoso mata-mata. São jogos onde importa o vigor físico, a experiência e disciplina. Não quero dizer que o Fluminense jogou sem raça ou de maneira desorganizada. O que faltou foi um maior ímpeto, lançar mais bolas na área, efetuar mais chutes de fora da área. O time tinha dificuldades de definir as jogadas. Além disso, a garotada estava nervosa, errava passes e cruzamentos. Apesar da posse de bola Tricolor, o Goiás foi pouco ameaçado, conseguindo cumprir com o seu intento no primeiro tempo. Outro ponto a se considerar nesses torneios: não desperdiçar oportunidades. A perda do pênalti logo no início de jogo foi crucial para aumentar as dificuldades nesta etapa.

No segundo tempo, as dificuldades continuaram, mas o time voltou mais focado. Calazans entrou no lugar de Léo e passou a apoiar melhor pela esquerda. Fez o cruzamento que resultou no primeiro gol da partida. Henrique cabeceia para o chão, derrubando o portão adversário. Uma vez que a fortaleza é invadida, o Goiás teve que sair de sua posição de segurança. A partir daí, passou a valer a juventude e qualidade do time tricolor, que passou a jogar com mais confiança. Nogueira e Pedro ampliaram o placar. O cenário no tempo final foi diferente. Domínio completo do Fluminense, que se consolidou após a expulsão do jogador do Goiás. Vitória e classificação tricolor, mais uma batalha vencida.

Tenho o hábito de chamar os jogadores do Fluminense de garotos. Vendo os melhores momentos da partida, no primeiro gol, vi o zagueiro Henrique cercado por eles, comemorando o primeiro gol. A importância da experiência para dar mais confiança a estes jogadores é fundamental. Foi um jogo de muito aprendizado e amadurecimento. Acho que está na hora de parar de chamá-los de garotos. Não podemos esquecer de Abel Braga. Sua liderança tem ajudado no desempenho do time. Não é infalível. Cometeu alguns erros no jogo passado. Desta vez, acertou nas substituições e fez o time jogar melhor no segundo tempo.

Uma coisa tem me incomodado nos jogos do Flu: Torcedores que passam o jogo criticando o time. Não significa que temos que ser torcedores passivos. Mas tem o momento certo para criticar. No jogo de hoje, principalmente no segundo tempo, era momento de apoio. O Pedro ainda está começando, tem potencial para se tornar um grande atacante. E eu ouvi gente na arquibancada dizendo que ele é uma m… Vamos ter calma, pessoal! Também percebi uma queda de produção do Sornoza. Jogador estrangeiro precisa de um tempo para se adaptar. Mais uma vez, vamos ter paciência. O Fluminense ainda é um time em formação.

Aguardaremos o adversário da próxima fase da Copa do Brasil. Mas não tem descanso, sábado é dia de clássico. O Fluminense jogará contra o Vasco da Gama na disputa por uma das vagas na final do Campeonato Carioca. A saga tricolor continua, com um time mais maduro e mais confiante.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

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2 Comments

  1. “Uma coisa tem me incomodado nos jogos do Flu: Torcedores que passam o jogo criticando o time. Não significa que temos que ser torcedores passivos. Mas tem o momento certo para criticar. No jogo de hoje, principalmente no segundo tempo, era momento de apoio.”

    Parte da torcida está de saco cheio dos aventureiros que estão afundando o clube há 3 décadas…

    1. Boa tarde, Fábio. É verdade que o passado condena, principalmente as contratações do ano passado. Mas criticar Pedro e Sornoza, recém chegados ao time profissional do Fluminense e em um jogo que precisávamos vencer, é complicado. O time não está tão mal assim.
      A cobrança tem que acontecer, mas no momento correto.

      Abraços e Saudações Tricolores

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