No último jogo em casa nesta imensa reduzida temporada 2022, a torcida encheu as bancadas, incluindo os amigos Andel, González e Côrtes, além de outros tantos que não tomei ciência.
Em dia de perdas irreparáveis imateriais para nossa cultura, arte e ser brasileiro. Gal Costa e Rolando Boldrim embarcaram no Trem Caipira e foram de encontro a tanta gente que partiu, num rabo de foguete. Chora a nossa pátria mãe gentil.
Como migalha de alegria, nos restou o Fluminense, de tanta gente nobre, guerreira, simples e amada, de Arias, de Cano, de Edinho, de Castilho, de Oscar Cox e de Metinho e John Kennedy.
Fluminense do povo. Dia de Fred ir de metrô até o Maracanã na companhia de parte da torcida, que canta e encanta, retumbante. Bela peça de propaganda da campanha eleitoral à reeleição de Mário Bittencourt.
Primeiro tempo bom, sem brilho, mas bom. Alexsander virou titular da lateral esquerda em vez dos ineptos que a ocuparam o ano inteiro, infernizando a vida pública tricolor.
Tadeu fez boas defesas pelo Goiás, mas nada demais. Arias, como de costume, foi o dono do jogo. Que esteve morno, tal qual o Rio de Janeiro dos últimos dias. Ganso e Dadá protagonizaram o lance mais animado deste primeiro tempo, já no final: um entrevero, sobrou cartão amarelo até para Fernando Diniz, além dos protagonistas do arranca-rabo.
Na volta do intervalo, Ganso e Dadá seguiram trocando carícias. Ganso deu dois ‘cascudos’ em Dadá na frente do árbitro que, deu falta apenas. Na sequência, Belmonte (sobrenome de Dadá) deu um tackle atrasado em Ganso; neste lance, Paulo Zanovelli, o dono do apito, aplicou o segundo amarelo em Dadá, expulsando-o.
Momentos de aflição protagonizados pelo Tricolor com um a mais em campo. Não marcava nem saía de cima, até que uma bola oportuna encontrou o oportunista e artilheiro Germán Cano: um a zero.
Poucos minutos depois, após entrada de Michel Araújo e Felipe Melo nos lugares de Cano e Ganso, o Fluminense criou pela direita, assistência de Araújo para a finalização de Alan, dois a zero.
Felippe Bastos xingou o árbitro e levou o seu cartão vermelho, antecipando suas férias. Com dois a mais, qualquer ataque vira massacre, Fluminense articulou pela esquerda, melhor que a pseudo-brasileira; Matheus Martins acionou Michel Araújo para mais um para o Flu. O VAR revisou e decretou o óbvio.
Assim terminou, três a zero, com direito a catarse do clube que se acostumou em ser um coadjuvante de luxo.